terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Poema

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-às de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-às suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

"Ricardo Reis"

J. Aragão

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Síntese da apresentação oral

O texto que eu apresentei foi um excerto de “O mundo à minha procura”, volume II da autobiografia de Ruben Andresen Leitão. A título de curiosidade, Ruben Andresen Leitão era primo de Sophia de Mallo Breyner Andresen.
            Neste texto Ruben.A conta-nos dois dias da sua vida que se passam em Berlim.
            No primeiro dia, ele e o seu amigo, António Jorge, estavam no Parque da porta de Brandeburgo e decidiram abancar numa mesa. Pouco depois Ruben viu duas atraentes alemãs. Uma ficou com ele, a Mausi e a outra, Gerte, ficou com o seu amigo. Nessa noite eles dançaram, beberam, comeram e no fim ainda trocaram uns beijos.
            No dia seguinte Ruben, só pensava em Mausi e aguardava o encontro com ela às seis. Entretanto ele e o amigo passeavam pela cidade, coisa que ele gostava muito “Passear numa cidade plana é dos prazeres mais bem acomodados que se encontram no meu palmarés”. Quando ficou com fome, não resitiu a um cachorro. Comeu um, dois e três até que reparou que uma prussiana estava a olhar para ele. Foi falar com ela. Ela estava de visita a Berlim e queria visitar o Estádio Olímpico. Ele decidiu ir com ela. Lá no estádio eles beijaram-se. Ele queria muito dançar com ela, pois achava-a mais bonita. Ela chamava-se Eva Maria e ele achava que ela tinha mais classe que Mausi. Apesar de querer muito dançar com ela, não podia, porque já tinha combinado com Mausi. Até disse que tinha de ser fiel, o que é uma ironia, logicamente, pois se ele tem duas mulheres ele não é fiel.
            Nessa mesma noite, ele sempre foi dançar com Mausi que notou que ele estava mais meigo.


Tabalho realizado por:
Mark Alexandre Vaz nº17 10ºD