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quinta-feira, 7 de março de 2013

Poema:Sou um guardador de rebanhos


1ª Estrofe:
Nos primeiros versos o autor, através duma metáfora, compara-se a um pastor em que o rebanho é os seus pensamentos.
Depois descreve os pensamentos como sendo sensações que ele recebe através de todos os órgãos de sentidos.

Ou seja, o que autor quer dizer com isto é que sendo ele dono dos seus pensamentos também os guarda e mantem juntos tal como o pastor faz com o seu rebanho. Ele diz que pensa com os olhos, os ouvidos, os pés, as mãos, o nariz e a boca, o que significa que os seus pensamentos surgem através do que ele apreende através dos cinco órgãos dos sentidos audição, visão, tato, olfato e paladar.


2ª Estrofe:
Nestes dois versos o poeta diz que pensar é sentir

Ele dá exemplos dizendo que “pensar uma flor é vê-la e cheirá-la” o que significa que basta ele pensar em algo e vai sentir como se estivesse perto do objeto pois pode sentir o cheiro duma flor sem ela estar na sua presença, porque reteve essas sensações no seu pensamento.
Também diz que “comer uma fruta é saber-lhe o sentido”, ou seja através do contacto direto com o objeto, feito através dos sentidos ele compreende esse objeto.

3º Estrofe:
Na 3ºestrofe o autor explica que quando se sente triste por viver um dia com tanta intensidade, deita-se na erva, ou seja junto da terra e da realidade, fecha os olhos e consegue assim contactar com a verdade e ser feliz.
Parece que o autor nos está a dizer que podemos acabar com a tristeza se nos deixarmos de grandes pensamentos complicados e nos ficarmos pelo que nos dão os nossos sentidos, pois é através deles que contactamos com a realidade e podemos ser felizes.
 


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ida ao Cinema


Numa noite de inverno, chovia como nunca tinha chovido antes. Alberto e Joaquina, casados  10 anos, tinham nesse dia feito o que costumam fazer, Joaquina arrumou a casa de cima a baixo, pois seu marido é alérgico ao pó e ácaros enquanto o Alberto trabalhava na sua loja de haute couture, onde é alfaiate. 
No dia anterior Joaquina dissera a seu marido que queria ir ao cinema no dia a seguir, ao que o seu marido respondeu:
- Com certeza, e tens algum filme em mente?
- Sim, o filme de Albert Hichcock, “Um corpo que cai” disse Joaquina.
- Então está combinado minha joaninha amanhã à noite iremos ao cinema.
Mas o que Joaquina não esperava era que chovesse tanto e por isso nessa noite em vez de irem ao cinema o Alberto ficou a ler o seu jornal emquanto sua munher tocava algumas teclas do piano, triste por não puder ir ver o filme que tanto desejara ver.
No dia seguinte era fim de semana. Alberto, sabendo que a sua mulher ficara triste por não ter ido ao cinema, resolve convidá-la para jantar fora e no final da noite Alberto surpreende a sua mulher levando-a a ver o filme que ela tanto ansiava ver. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Apresentção Oral

      Os dois poemas que vou apresentar: “O Infante” e “Horizonte”, fazem parte da segunda parte da obra - “Mar Português”- , ou seja à época de realização dos portugueses, que vem depois do nascimento. É como se a realização da vida dos portugueses tivesse sido feita através do mar.
O primeiro poema “O Infante” é constituido por três estrofes, de 4 versos cada (quadras). Têm rimas cruzadas segundo o esquema: abab, cdcd, efef


Segunda parte: Mar Português

O INFANTE

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,


E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo. até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

      Este poema está escrito como se fosse dirigido ao Infante, que é o Infante D. Henrique. Podemos ver isso através do tratamento na segunda pessoa, no último verso da primeira estrofe “Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,” e nos dois primeiros versos da última estrofe:” Quem te sagrou criou-te português” e “Do mar e nós em ti nos deu sinal.” Fernando Pessoa joga com o verbo sagrar; “sagrou” e “sagrou-te”,  lembra-nos que D.Henrique foi Infante de Sagres e o nome da Vila de Sagres  tem origem na palavra sagrado, pois os romanos chamaram aquela ponta mais a sul de Portugal “promontorium sacrum”, ou seja promontorio sagrado.
      Neste poema Fernando Pessoa começa por afirmar que “Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”, portanto as obras, (que neste caso são os descobrimentos), nascem porque os homens sonham, e os homens sonham por vontade de Deus. Depois diz que Deus quis que a terra fosse apenas uma, ligada por mar, daí a importância de descobrir os caminhos marítimos para que o mar não fosse um elemento de separação, mas sim um elemento de união. No último verso, dirige-se ao Infante dizendo-lhe que ele foi sagrado infante e responsável por desvendar a espuma ou seja por descobrir os mistérios do mar
      Na segunda estrofe, O autor continua a falar da espuma e da orla branca, a espuma branca das ondas que as naus provocam é uma metáfora que significa avançar e descobrir. Depois, tornou-se claro, á medida que as naus foram avançando e que se conheceu o mundo inteiro, que a Terra era redonda, desfez-se o mistério.
      Na última estrofe o autor volta a dirigir-se ao Infante e a invocar Deus. Diz que Deus criou o Infante Português e através dele nos fez conhecer o mar. No terceiro verso o autor afirma que os descobrimentos foram um êxito, mas que depois o Imperio se desfez, e no último verso, faz um apelo a Deus para que se cumpra Portugal, ou seja Fernando pessoa utiliza este poema, aparentemente dirigido ao infante, para chamar à atenção que naquele tempo Deus quis que os Portugueses tivessem o sonho dos descobrimentos e essa obra foi feita. Depois o imperio foi desfeito e atualmente (no tempo em que o poema foi escrito) é necessário que Deus faça os portugueses voltar a sonhar para construírem Portugal. Aqui notamos mais um ponto em comum com os Lusíadas que ao mesmo tempo que narrava os feitos, fazia as suas críticas.
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O Poema Horizonte e constituido por três estrofes, cada uma com seis versos com uma rima do tipo aabccb, ddeffe, gghiih.

Il. HORIZONTE

Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinhamn coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
‘Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da
longinqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha:
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, ha aves, fiores,
Onde era so, de longe a abstrata linha

O
sonho é ver as formas invisiveis
Da distáncia imprecisa, e, com sensiveis
Movimentos da esp'rança e da vorntade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave. a fonte--                                                               Os beijos merecidos da Verdade .

     O título do poema “Horizonte”, lembra a linha que separa o que está perto de nós, o que conhecemos, do que está longe, para além da nossa visão e por vezes nos assusta porque é desconhecido.
     O poema começa com o autor a dirigir-se ao Mar anterior a nós. “Ó mar” é uma apóstrofe, o autor dirige-se a um mar antes de nós, ou seja a um mar que nós não conhecíamos, um mar do passado. Esse mar tinha coral, praia e arvoredos, isto é conheceram-se outros mares, outras ilhas e continentes. Depois, uma vez passadas a noite as tormentas e a cerração, ou seja a escuridão, as tempestades e o nevoeiro que simbolizam o medo e o desconhecido, desfaz-se o mistério, “abre-se o Longe”, ou seja abre-se o horizonte e o que era longe fica perto e assim se atinge a luz, isto é o conhecimento e a descoberta. “As naus da iniciação” representam os rituais de iniciação que são rituais de passagem para um novo ciclo na vida com novas descobertas e conhecimentos. Estes 6 versos parecem estar divididos em 3+1+2.             No início 3 versos escuros que representam o desconhecido, utilizando as palavras “medos, noite, cerração”, depois 1 verso, que parece funcionar como uma cortina que se abre “as tormentas passadas” e a seguir 2 versos claros com as palavras “abrir em flor, sul sidério e splendia” que representam a descoberta.
      Na segunda estrofe em vez de termos um jogo de escuro e claro temos um jogo de longe e perto, com o ritmo, LPLPPL. Em que nos vamos sempre aproximando da costa, mas com esta alternância que parece uma ondulação entre mais perto e mais afastado.
No primeiro verso, fala-se da linha de costa que está ainda longe, no segundo verso a nau aproxima-se e vê-se a encosta cheia de árvores, e no 3º verso recorda-se que ao longe nada se conseguia ver. No quarto verso está-se ainda mais perto a então vê-se a terra com os seus sons e as suas cores, no 5º verso a costa é atingida, desembarca-se, veem-se as flores que antes eram apenas cores e as aves que antes eram apenas sons, finalmente no 6º verso, conclui-se que o local onde agora se está, dantes era apenas a linha do horizonte. Do ponto de vista simbólico atingimos um novo grau de conhecimento.
      A última estrofe dá-nos uma definição de sonho como sendo “a possibilidade de ver as formas invisíveis da distância imprecisa”, o que acontece quando nós tentamos ver o que está muito longe, e imaginamos mais do que conseguimos ver, dando-nos vontade de ir descobrir o que é, de ir mais além, de ver mais longe. Depois o autor acrescenta, “e com sensíveis movimentos de esperança e de vontade, buscar (na linha fria do horizonte, ou seja no ainda desconhecido) a arvore, a praia, a flor, a ave a fonte, (que são agora belezas ao alcance dos nossos sentidos, são as novas descobertas) ”os beijos merecidos da verdade”, que representam o amor pela descoberta e pelo conhecimento.
      Se quisermos fazer uma comparação com os Lusíadas, esta estrofe que vem a seguir à estrofe do desembarque, e que define o sonho como fonte do desejo de alcançar novas verdades, aparece como se fosse a ilha dos amores, que surge como recompensa do esforço dos navegadores. Aqui, a nomeação da árvore, da praia, da flor, da ave e da fonte, assemelha-se a um paraíso onde encontramos os “beijos merecidos da verdade”. Aqui, as ninfas da Ilha dos amores são as novas descobertas, isto é, a verdade. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Comparação da "Idade de ouro" de Ovídio, com o Canto IX de "Os Lusiadas" de Luís de Camões



Camões, falando de toda a história e Portugal, tendo como enredo os descobrimentos, depois de muitas peripécias, lutas e aventuras acaba por oferecer aos seus heróis, os navegantes. O paraíso, ou seja a ilha dos amores. Nesta ilha não há mal, os sonhos são possíveis e quem reina é a beleza da natureza e o amor.
Ovídio, descreve a formação do Mundo, e depois de falar da separação do fogo (sol), água, ar e terra, fala do primeiro homem que poderá ter sido criado a partir de sementes do céu, ou seja à imagem dos deuses. Neste tempo, dos primeiros homens estava-se na idade de Ouro, a descrição deste tempo era da terra como um paraíso em que os homens não lutam, não conhecem o mal e apenas usufruem do que a linda natureza lhes dá. A partir daí, idade da prata, bronze e ferro, tudo vai sendo cada vez pior.
Podemos dizer, que Camões parte das várias lutas com a natureza e com as fúrias dos deuses (Baco) e acaba com a Deusa Vénus a oferecer o paraíso aos navegantes, através da natureza, das ninfas , e da beleza da ilha, num cenário idílico que se pode comparar à idade de ouro descrita por Ovídio, enquanto começo da humanidade.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Episódio de Leonardo no “Os Lusíadas”


     Leonardo era um soldado corajoso e esperto que gostava de namorar, mas acreditava que não tinha sorte nos amores. Depois de ter muitas namoradas belas quis oferece-se a Natureza, suplicando-lhe que não fuja dele. A Ninfa vai escutando as palavras de Leonardo, ”Ouvindo o doce canto”, deixa-se cair a seus pés e ele fica apaixonado. Depois de muitos beijos e amor na floresta (“Milhor é experimenta-lo que julga-lo”) as ninfas e os amados navegantes enfeitados “De louro e de ouro e flores abundantes” dão as mãos e “prometem eterna companhia, na vida na morte e na honra e na alegria”.
     O casamento enquanto festa é simbolizado pelas flores abundantes, enquanto contrato é simbolizado, pela promessa de companhia eterna.

Será que a garantia do voto universal suficiente para podermos dizer que vivemos em democracia?


     Democracia significa governo ou autoridade pelo povo, por isso, se as pessoas não participarem de outras formas, só o voto universal não é suficiente.
     Digo isto porque democracia não é só o direito de votar, mas também o direito à liberdade de expressão, e o direito à manifestação quando as pessoas não concordam com as medidas implementadas pelo governo.
Voto universal significa que todas as pessoas votam para escolher quem as dirige. Isto é um facto positivo, mas seria necessário que a educação fosse melhor. Sem educação as pessoas não sabem ler ou não percebem o que leem, não aprendem a ser autónomas nem a ter espírito crítico, ou seja, não questionam o que ouvem. Sem educação as pessoas tem simplesmente uma ilusão de democracia, pois assim não votam conscientemente. Sem sentido crítico e conhecimento da realidade também não participam, não se manifestam e não se revoltam com as medidas tomadas pelo governo. Aos governos também pode interessar esta situação, um exemplo é o ministério de educação não incentivar o espírito crítico das pessoas, e não incentivarem as pessoas de modo a que não desistam de estudar.
     Na minha opinião, aos ministros da educação e ao resto do governo não lhes convém a educação, pois se as pessoas não criticarem, nem perceberem as verdadeiras intensões, eles continuarão a ganhar eleições com as asneiras que fazem, sem querer ou de propósito.
     Concluindo, o voto universal não é garantia de democracia, pois democracia deveria incluir o direito ao trabalho, à saúde e à educação e o direito de liberdade de expressão, associação e participação. Pessoas desempregadas, sem acesso aos cuidados de saúde e com pouca educação não vivem numa real democracia.

"Mas, numa mão a pena e noutra a lança"


Com a frase  "Mas, numa mão a pena e noutra a lança", Camões quer dizer-nos que tão importante é a coragem, o heroísmo e a arte da guerra, como a cultura e a arte da escrita. Camões elogia Cezar dizendo que “as armas não lhe impedem a ciência” e acrescenta que César igualava Cícero em eloquência , mostrando  assim que atribui muita importância á cultura e á ciência dos guerreiros.
 Camões diz que Portugal não poderá ter verdadeiros Heróis como Eneias e Aquiles porque também não têm ”Virgílios nem Homeros” e quem “ não sabe arte, não na estima.” Isto faz com que os guerreiros portugueses, por falta de amor à arte se tornem rudes e austeros, e não verdadeiros heróis, homens cultos com “uma mão na pena e outra na lança”

Episodio Fernão Veloso em “Os Lusíadas”


     Vasco da Gama e a sua tripulação desembarcaram e logo muita gente se espalhou por estarem desejosos de pisar uma terra onde ninguém tinha estado. Porém, Vasco da Gama e os Pilotos estavam a tentar saber onde se encontravam olhando para o sol e mapas. Pensam ter já passado o tropico de capricórnio, estando entre ele e o círculo Polar Antártico.
     De repente viram um negro que prenderam. Nunca tal tinham visto consideraram-no um selvagem (Camões compara-o ao Polifemo o ciclope da Odisseia). Mostraram-lhe ouro, prata, Pimenta e ele não reagiu. Vasco da Gama mondou então mostrar-lhe outras coisas como objetos de vidro e cristal, guizos e barretes vermelhos. A isso ele reagiu ficando satisfeito. Então Vasco da Gama solta-o e ele parte em direção ao seu povoado.
     No dia seguinte ele regressa acompanhado doutros negros todos nús com a intensão de buscar mais objetos. Mostram-se tão simpáticos que Fernão Veloso regressa com eles para o interior da mata. Veloso foi satisfeito pensando que estava em segurança. Passado muito tempo os navegadores avistam-no a correr na sua direção, ou seja para o mar. Então um barco comandado por Nicolau Coelho partiu ao encontro de Veloso. Atrás dele vem um preto. Logo a seguir chovem setas e pedras no barco, mas os marinheiros ripostam. Vendo que Veloso estava a salvo daquela gente “bruta e malvada”, e sabendo que a ìndia ainda estava longe resolveram zarpar.
     Um amigo de Veloso disse-lhe então que aquele outeiro era mais fácil de descer do que subir, ao que Veloso responde que quando se viu perseguido, veio mais depressa por se lembrar que eles estavam à sua espera. Contou então que quando subiu ao monte não o deixaram avançar mais, se não matavam-no, por isso regressou, mas quando os negros viram que o barco se dirigia à praia, atacaram para que os marinheiros fossem para o inferno e não os perturbassem.