A tristeza pairava por aquela casa. Tudo parecia perdido, ninguém
tinha esperança que algum dia suas vidas voltassem a brilhar.
Jorge, homem de família, tinha perdido seu emprego há mais
de dois anos mas todos os dias vestia-se de acordo com o antigo trabalho, fato
e gravata, na esperança de ser chamado a qualquer momento para retomar a sua
posição. Sua mulher, Maria, vivia desalmadamente todos os dias. Para esta, a
palavra esperança, já não entrava no seu dicionário. Deixou de viver e
entregou-se à amargura da vida.
Jorge, já não sabia onde buscar forças para continuar a
viver. Nem a sua mulher, já mais, poderia recorrer. Era esse fracasso que via
em sua mulher que lhe incomodava. O amor da sua vida que em tempos era o seu
pilar, desabou de vez e sem perspectivas de recuperação.
Maria passava os dias a tocar piano como se não houvesse
amanhã. Muitos eram aqueles que se vinham queixar, mas isso não intimidava
Maria, que continuava a tocar dias sem fim.
As tarefas de casa e todas as responsabilidades conjugais caíram
sobre Jorge, não é que este se importa-se pois a verdade é que não tinha mais
nada para fazer. Todos os dias tratava das refeições e das lidas da casa.
A vida lá se ia vivendo sem muita esperança mas, o que é
certo, é que a atitude tomada por sua mulher piorava toda a situação e
provavelmente seria a razão do fracasso daquela família que não tendo feito mal
a ninguém pagavam um preço alto pela sua posição perante a vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário