domingo, 9 de dezembro de 2012

Resumo apresentaçção

Os poemas que eu apresentei faziam ambos parte da 2ª parte de "A mensagem" de Fernando Pessoa que lhe deu o título de "Mar Português"

O primeiro poema foi o "Epitáfio de Bartolomeu Dias". Este poema representa uma espécie de reconhecimento de mérito a Bartolomeu Dias que foi o primeiro europeu a dobrar o cabo das tormentas. Este poema é bastante importante pois simboliza o momento em que todos deixaram de ter medo do outro lado do cabo, onde se pensava ser o fim do mundo. Existe uma referência a Atlas, que é um titã que carrega o mundo no seu ombro na forma de um globo.

O Segundo poema foi o "Os colombos". Este poema tem um título irónico que evoca a disputa entre Portugal e Espanha em volta da figura do navegador Cristóvão Colombo. O poema não se refere apenas a Cristóvão Colombo, mas a todos os navegadores estrangeiros. Cristóvão Colombo foi o descobridor da América ao serviço dos Reis de Espanha, daí submerge o conflito entre Portugal e Espanha, pois este deveria ter descoberto a América ao serviço de Portugal se D. João II não o tivesse recusado. Este poema não se refere apenas a Cristóvão, mas a todos os navegadores estrangeiros, denominados de colombos, cuja glória é apenas um reflexo dos portugueses. Existe um exagero quanto ao nacionalismo neste poema pois o poeta diz que os navegadores estrangeiros apenas terão aquilo que Portugal não quis.

Henrique Olim Cardoso Nº11 12ºD

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


“O dos Castelos”

 

Este poema, insere-se na obra Mensagem, na primeira parte, que simboliz o nascimento do novo império, que seria espiritual e cultural. O título “O dos Castelos” refere os sete castelos que passaram a defender Portugal a Leste e a Sul após a conquista aos Mouros levada a cabo por Rei D. Afonso Henriques III. Nos Lusíadas os heróis são valorizados pelos seus feitos bélicos, enquanto na Mensagem o tema é a valorização de Portugal como predestinado para uma missão salvífica de restaurar a grandeza Europeia.

Aqui em “O dos Castelos”, Portugal surge como o rosto da Europa, à semelhança dos Lusíadas, quando Vasco da Gama refere Portugal como sendo a cabeça da Europa.

Assim tanto nos Lusíadas como na Mensagem, Portugal é predestinado para grandes feitos. Desta forma, Fernando Pessoa como Luís de Camões partilha uma prespectiva idêntica em relação a Portugal.

 

 

“O das Quinas”

 

 Neste poema, pressente-se também um certo sofrimento patriótico tal como nos Lusíadas no episódio da “ Partida das Naus”, onde se compara glória com desgraça.

Também o Velho Restelo critica aqueles que vão á procura da fama e da glória, e em troca trazem desgraça, o que acaba por ser uma das consequências negativistas da expansão.

Pessoa refere também, que tem de existir moderação na ambição “ Baste a quem baste o quel lhe baste”/ter é tardar”. O facto de referir os deuses “Os deuses vendem quando dão” aponta a vertente espiritual da Mensagem que levará á mitificação. Também nos Lusíadas há referência aos deuses “No consílio de Deuses no Olimpo” e à espiritualidade através do maravilhoso cristão, quando Vasco da Gama agradece aos deuses

 

Concluindo:

·         Em todos os poemas “O dos Castelos”, “O das Quinas” e “OS lusíadas”, existe uma valorização do povo português e do seu espírito.

·         Tanto Fernando Pessoa como Luís de Camões partilham a ideia de que Portugal foi incumbido de uma missão salvífica. Nos Lusíadas Portugal expande a Fé Cristã, na Mensagem Portugal irá dar origem a um império espiritual e cultural – “Quinto Império”

 
Vasco Soares Nº23 12ºD

Episódio de Leonardo. Valor simbólico de “Os Casamentos”
 
Leonardo surge individualizado no episódio “A Ilha dos Amores”, não so para demonstrar como o ambiente em que estava inserido era propício aos jogos de sedução amorosos, como de certo modo, ao relatar a sua vida amorosa que até ao momento não tinha sido afortunada “ser com amores mal afortunados” comparece de certo modo, a vida de Camões que também foi marcada por vários desencontros amorosos. No entanto o narrador, ao destaca-lo, coloca-o de num plano de herói mitificado.
 Quanto cerimónia dos casamento explicitados na estrofe 84, é visível nos mais pequenos pormenores, elementos que contribuem para a festa de casamento, tais como: “as flores os ornam de copelas deleitosas” “as mãos alvas lhe davam como esposas”
Logo esta cerimónia sublima o amor que une as ninfas e os marinheiros, equivalendo á purificadora ascensão do espírito através do corpo. È um casamento que vai transformar os nautas em semi-seuses, conferindo-lhes a imortalidade como recompensa de amor que dedicaram á pátria.
Logo o casamento leva a sublimação do amor e á mitificação do herói colectivo, onde se individualiza alguns, tais como Leonardo.
Vasco Soares Nº23 12ºD

Será que o voto universal pode garantir que vivemos em democracia?


 

A questão é curiosa levando a reflectir sobre o significado da palavra Democracia. Esta significa liberdade, no entanto ela não é garantida a partir de um “voto universal”.

O que resta à Democracia? Morrer? Lutar pelos seus ideais?

Um estado verdadeiramente democrático é regido por leis que conferem aos cidadãos que o habitam, garantias de viverem em plena liberdade social de expressão, logo usufruindo de bens e direitos inerentes a todos os cidadãos. A liberdade deve ser conquistada por qualquer povo, dado que ela leva inevitavelmente à democracia, ao respeito do indivíduo como ser humano e social. Por isso, muitas vezes com a ambição dos governos, esta palavra é adulterada e serve os direitos do poder em detrimento do serviço prestado aos cidadãos. É neste contexto que nem sempre o “voto universal” é uma garantia de democracia, porque embora sejam tomadas medidas consideradas imutáveis, muitas vezes elas são alteradas servindo outros interesses que não a proteção dos cidadãos. Estes, ao votarem, exprimem as suas expectativas, os desejos de mudança que acabam muitas vezes por serem “enganados”, não significando a vivência num verdadeiro estado democrático.

A votação universal leva a uma coesão de valores que na realidade não são respeitados e a vontade colectiva é substituída por uma vontade individual.

 

Vasco Soares Nº23 12ºD

Análise das estrofes 26 a 36 do canto V


Estrofe 26: A tripulação portuguesa desembarca numa praia espaçosa, Vasco da Gama olhou para o sol para ver a sua altura.
Estrofe 27: pela altura do sol Vasco da Gama concluiu que se encontravam entre o trópico de capricórnio e o círculo Polar antártico. Vasco da Gama repara que a sua tripulação está a rodear um nativo de pele preta.
Estrofe 28: Os Portugueses não se entendem em termos linguísticos com o nativo e nem a mostrarem ouro, prata e especiarias o nativo se moveu.
Estrofe 29: Ao mostrarem peças de menor valor como um barrete vermelho (cor contente), o nativo caminhou para a povoação que se encontrava perto do local.
Estrofe 30: No dia seguinte os nativos vieram em busca de mais materiais dos oferecidos pelos portugueses. Os nativos estavam mais comunicativos e menos selvagens, o que levou Fernão Veloso a aventurar se com os nativos pelo mato.
Estrofe 31: Fernão Veloso é descrito como arrogante e confiante, e julgou que ia seguro, mas passado um tempo regressou apressado para o mar a dentro.
Estrofe 32: Um nativo atirou-se a Fernão Veloso que não tinha ninguém que o ajudasse. Vasco da Gama foi em seu auxílio.


Estrofe 33: Os nativos estavam a ferir os Portugueses com golpes de setas e pedradas, pelo que os portugueses ripostaram.
Estrofe 34: Estando Fernão Veloso salvo, os portuguese regressaram ao mar, e pela recepção concluíram que ainda se encontravam longe da India.
Estrofe 35: Um diálogo entre Fernão Veloso e outro marinheiro a gracejar sobre a situação pela qual tinham passado.
 Estrofe 36: Fernão Veloso conta que quando passou o monte os nativos obrigaram os Portugueses a irem embora sob penas de os matarem e roubarem.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Timbre – insígnia que coroa o brasão, indicadora da nobreza de quem o usa, remete para a sagração do herói numa missão transcendente;
"O Timbre" é o título do quinto bloco de poemas que constitui a primeira parte da obra e que refere o Infante D. Henrique, D. João II e Afonso de Albuquerque.
Este elemento é o símbolo do poder e da posse legítima. Liga-se também à ideia de segredo. O timbre é, pois, um sinal, uma marca, dada por Deus, que assegura ao ser humano a ascensão a mundos superiores, através do conhecimento. O poder é aquilo que une o ser humano a Deus, porque esse poder é um reflexo da vontade divina.


·         A cabeça do grifo – O Infante D. Henrique
Grifo (cabeça) – A criadora da razão. A sabedoria do Infante D. Henrique – o cérebro.
O grifo é uma ave mitológica com bico e asas de águia e corpo de leão; simboliza a união do humano e do divino.
Infante D. Henrique foi o grande impulsionador dos descobrimentos.
O infante encontra-se sozinho, nesta tarefa (descobrimentos), e é esta solidão que lhe permite idealizar e realizar grandes feitos. Com seu manto de noite e solidão,
 Ele é o senhor do mar e do mundo inteiro, pois foi graças a ele que se descobriram novas terras, ele foi o impulsionador dos descobrimentos, assim sendo ele é “O único imperador que tem, deveras, / O globo mundo em sua mão”.
Pode-se então dizer que é o infante é aquele que toma as decisões, e que sonha, idealiza e tem sabedoria, ou seja, o Infante é a Cabeça do Grifo.

·         A outra asa do grifo – Afonso de Albuquerque
A outra asa simboliza a execução, a acção e a concretização; ou seja o crescimento do império na índia, já que a outra asa do grifo é Afonso de Albuquerque, o primeiro vise Rei da Índia. Graças às suas acções na Índia foi possível estabelecer um bom relacionamento com os indianos e estabelecer negócios com estes. Afonso de Albuquerque era o guardião do nosso império.
A atitude heróica é importante para a aproximação a Deus, mas o herói não pode esquecer que o poder baseado na justiça, na lealdade, na coragem e no respeito é mais valioso do u o poder exercido violentamente pelo conquistador.
As acções devem ser claras, devendo sempre ter em conta o poder espiritual, o poder moral e os valores.   
Grifo (asas) - Concretização do sonho. A capacidade de acção (D. João II e Afonso de Albuquerque).

domingo, 25 de novembro de 2012

A Mensagem, Antemanhã & Nevoeiro - Apresentação Oral

Antemanhã

O mostrengo que está no fim do mar
Veio das trevas a procurar
A madrugada do novo dia,
Do novo dia sem acabar;
E disse: "Quem é que dorme a lembrar
Que desvendou o Segundo Mundo,
Nem o Terceiro quer desvendar?

E o som na treva de ele rodar

Faz mau o sono, triste o sonhar,
Rodou-se e foi-se o mostrengo servo
Que seu senhor veio aqui buscar.
Que veio aqui seu senhor chamar -
Chamar Aquele que está dormindo
E foi outrora Senhor do Mar

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No que conta a uma análise estilística do poema, são possíveis de concluir os seguintes aspectos:

Métrica - 2 Sétimas  Versos Octossilábicos, com excepção do primeiro e quinto verso da primeira estrofe que são decassilábicos.

Esquema Rímico - Rime em esquema "aabaaca"

Número de versos - 14

Notas: Uso abundante de terminações em "ar", uso de metáforas e duplicações sonoras.

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"Antemanhã" é o alvorecer, o tempo em que o dia está a surgir em alvorada. Este poema é o equivalente da Europa, o quarto Império Intelectual. Depois da "Noite", a alma decide em "Tormenta" sair do estado em que se encontra, o que a leva à "Calma" resultante da sua decisão. Agora segue-se o nascer do Novo Dia, numa "Antemanhã" que levará a um futuro ainda desconhecido.

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No que conta a uma análise contextual da primeira estrofe, é possível identificar que:

Fernando pessoa resgata uma figura simbólica para servir de interpelador de quem procura o Encoberto.

Aqui, o mostrengo é diferente de quando no poema "O Mostrengo" (segunda parte, "Mar Português"). É actualmente mais humano, rendendo-se ao simbolismo, parecendo menos vivo, irreal, despido de sentimento e iluminado por uma outra luz. Numa relação a Os Lusíadas, conclui-se que lá, é o Adamastor que se transforma em cabo, sendo que aqui ocorre o contrário, sendo o cabo (realidade) que se transfigura numa essência (irrealidade)

Foi um relâmpago de Deus que iniciou este "novo dia sem acabar". "Um novo dia" significa uma nova era e um novo princípio. Neste momento, o mostrengo fala e avisa, ao contrário das suas acções anteriormente. Aqui, tem uma atitude motivadora, e não assustadora, criando um caminho limpo e mais fácil, não obstáculos ao mesmo.

Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer-
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo que encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma te,
Nem o que é o mal nem o que é o bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

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Numa análise estilística do poema, é possível concluir os seguintes aspectos.

Métrica - 1 Sextilha, 1 Sétima e 1 verso isolado. Versos octossilábicos, com excepção do verso isolado que tem apenas 3 sílabas.

Esquema rímico - Rima em esquemas "ababba" e "abbcddd" respectivamente. O verso isolado rima com o quarto verso da sétima.

Número de versos - 14

Notas - Uso de metáforas, uso de negatividade, divisão do poema em duas partes (colectiva e individual, respectivamente), uso de anáforas e antíteses.

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Fernando Pessoa termina A Mensagem com o poema "Nevoeiro", quinto poema dos "Tempos". 

Este poema é aquele que representa o Quinto Império, o Império Espiritual. Aqui, define-se a actualidade portuguesa como decadência, dispersão e névoa (fazendo lembrar a camoniana <austera, apagada e vil tristeza>).

Coerente, como sempre, Pessoa fecha a mensagem seguindo uma vontade inicial na obra. Deixa a sensação de todo, de projecto global, que é dividido em partes, mas sem que essas partes só existam quando ligadas entre si.

"Nevoeiro" é assim um poema velado, triste e imperativo, como o próprio Fernando Pessoa. Aqui, não se assiste a uma invocação linear e comum do passado. É um poema de conclusão, que eleva a tristeza, um sentido de missão, bem como uma ponte para o futuro, para uma hora marcada para o nascer do Novo Sol, a fim de destruir "O Nevoeiro".

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Numa análise contextual da primeira estrofe, é de importante referência:

Numa análise microscópica caracteriza-se o momento do país. Nota-se desespero, face a um país em alma, sem originalidade, que nenhum governante, nenhuma mudança pela força, o poderá regenerar verdadeiramente. Continuará então a ser o "fulgor baço da terra", um "Portugal a entristecer".

Pessoa depara-se com o facto de haver um brilho exterior, ou seja, uma vida existente na parte de fora de todos os indivíduos, ou seja, vê que há quem enriqueça, quem tenha família, quem procrie, e quem morra. Mas toda a vida sem sentido é como "brilho sem luz e sem arder". É mais ainda, é pior, é "como o que o fogo-fátuo que encerra" ou seja, é a aparência do brilho, mas sem luz interior, sem esse mesmo brilho, interiormente. Quem vive assim não vive, sobrevive somente. Apresenta então um brilho que se assemelha aquele que sai dos cemitérios, dos pântanos, um brilho artificial e podre, apagado, próprio dos corpos mortos e decompostos.

Fernando Pessoa intenciona pintar um quadro intemporal que caracterize o português, onde quer que queiramos apontar na barra cronológica assistente à nossa existência. Um povo que se queixa sempre do mesmo, num ciclo vicioso e cansativo, sem fim a vista, seja como for. 

Analisando contextualmente a segunda estrofe, são relevantes os seguintes tópicos:

Depois de ver o "Nevoeiro" como um todo, depara-mo-nos agora com análises particulares.

Portugal é então um país perdido, onde "ninguém sabe que coisa quere", onde "ninguém conhece que alma tem" sem noção nem do que "é o mal nem o que é bem". Portugal assiste uma sociedade amoral, desligada dos mais altos valores, da nacionalidade, do espírito de unidade religiosa, sobretudo da irmandade, havendo no entanto uma esperança ténue que reside no intimo de cada um, encaminhando e florindo um desejo de mudança.

Mas tudo é tão "incerto e derradeiro", "dispersos". "Nada é inteiro" que Fernando Pessoa termina com um desabafo "Ó Portugal, hoje és nevoeiro..."

Numa análise à terceira e última curta estrofe, nota-se que:

Depois de duas estrofes mortas, Fernando Pessoa grita de peito cheio de ar, ao infinito: "É a Hora!" (Resposta à pergunta deixada na segunda estrofe do poema "sem título" em os "Avisos").

Não se deduz se esta hora será humana ou divina, mas será certamente uma hora certa e inevitável.

Com esta frase final, Fernando Pessoa desvanece-se, tal como o "mostrengo servo", deixando a cada um de nós a tarefa de revelar em nós mesmos os mistérios que ele nos tem vindo a anunciar. A mensagem da Mensagem é então procurar no íntimo a razão que ilumina a vida que vale a pena ser vivida, sendo assim uma tradução a um final que se caracteriza e a nós se apresenta como optimista e positiva.

Um "Adeus" sincero como um forte aperto de mão e um fiel e firme abraço.






terça-feira, 20 de novembro de 2012

Poemas D. João I e D. Filipa de Lencastre


A mensagem de Fernando pessoa está dividida em 3 parte, o poema de D.João Primeiro está situado na parte do Brazão. A primeira, Brasão, utiliza os diversos componentes das armas de Portugal para revisitar algumas personagens da história do país. O “Brasão” corresponde à primeira parte e ao plano narrativo da história de Portugal, n’Os Lusíadas, onde encontramos os heróis míticos ou mitificados, desde “Ulisses” a “D.Sebastião, rei de Portugal”. Trata-se de heróis vencedores, nalguns casos, mas falhados na opinião geral, ignorados, ou quase, por Camões.
Fernando Pessoa transmite esta mensagem: a Portugal, nação construtora do Império no passado, cabe construir o Império do futuro, o Quinto Império, Para Fernando Pessoa os quatro primeiros impérios são o primeiro o Império Grego, o segundo o Império Romano, o terceiro o Cristianismo e o quarto a Europa, Fernando Pessoa, na obra Mensagem, anuncia um novo império civilizacional, que, acredita ser o português. E enquanto o Império Português, edificado pelos heróis da Fundação da nacionalidade e dos Descobrimentos é termo, territorial, material, o Quinto Império, anunciado na Mensagem, é um espiritual. “E a nossa grande raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas daquilo que os sonhos são feitos… “A Mensagem contém, pois, um apelo futuro”.


Poema D.joao I:
D.João foi mestre sem saber, defensor do templo sagrado da pátria e a eterna chama de Portugal, Pessoa retrata o rei como alguém eleito por Deus, e também como um grande homem e guerreiro que fez de tudo para salvar o país.

 Existem três momentos neste poema 1º momento há uma interligação entre Deus e o sujeito pois  o destino é traçado por Deus, no 2º momento Fernando pessoa elogia o seu patriotismo, onde refere que ele foi um grande homem e guerreiro que fez de tudo para salvar o país, e o 3º momento há uma imortalização do Rei, a antítese “eterna chama”/”sombra eterna” pretende dar a ideia que D.João I nunca será esquecido e estará sempre vivo em todos os portugueses (eterna chama). No entanto, fisicamente, ele já não está entre nós, está morto (sombra eterna)


2º poema D.Filipa de Lencastre também faz parte do Brasão
D. Filipa de Lencastre além do papel que desempenhou ao estreitar relações com a Inglaterra exerceu alguma influência a D.João I na conquista de Ceuta . Verificamos assim o quanto foi importante para a História de Portugal e sobretudo como Mãe , que criou uma geração de grande talentos, foi graças á educação que deu que levou aquela geração levar o nosso país a um período áureo ( os descobrimentos marítimos), tanto a nível económico como a nível cientifico e histórico. Portugal será sempre lembrado por estes grandes feitos.
Neste poema há uma referencia a arcanjo ( braço direito de Deus) por parte do poeta, veio afirmar a vontade de Deus, para os futuros efeitos gloriosos dos portugueses nas descobertas marítimas.
A referência “princesa do Santo Graal” deve ser interpretada como “princesa mística” porque esta foi predestinada por Deus para ser mãe dos príncipes da geração. Graal refere-se á taça onde Cristo bebera na última ceia.
O nome dado por Fernando Pessoa a D.Filipa de Lencastre “Madrinha de Portugal” é devido á educação que esta deu aos seus filhos e que os permitiu ser tão distintos e gloriosos.



                                                                                  Afonso Limão Nº 2

Síntese da apresentação oral (O Quinto Império,O Desejado e As Ilhas Afortunadas)


            Os poema que eu apresentei foram os seguintes: O Quinto Império,O Desejado e As Ilhas Afortunadas. Todos eles, pertencem à terceira parte da Mensagem, O Encoberto. Eu associo O Encoberto ao povo português pois Portugal parecer estar envolto de trevas e o povo está triste. Tristeza essa que relaciono com o desaparecimento, ou mesmo a morte de D.Sebastião e outras mortes resultantes dos descobrimentos.

            Porém, acreditva-se na formação de um império por parte do povo português. Os portugueses tinham um destino superior (no sentido de divino), que já tinha sido provado pelos descobrimentos.

            Trata-se do quinto império, um império universal onde a paz permanecerá infinitamente. É um império semelhante à idade de Ouro em Ovídio e à ilha dos amores n’Os Lusíadas. Todos possuiem a ideia de perfeição. Mas a diferença é que o quinto império é algo desejado (o que o torna mais grandioso) e que não tem fim, ou seja, manter-se-há infinitamente. Tal como acontece com a ilha dos amores, este império é uma forma de glorificar os portugueses.

 

O QUINTO IMPÉRIO

Estrofe 1:

            No inicío, temos presente uma antítese importante -  triste e contente. Associa-se a ideia de felicidade a comodidade, ou seja, quem vive bem e sem problemas é feliz. Mas por outro lado, diz-se, que esta ideia é uma tristeza, pois impossibilita as pessoas de irem mais além, terem sonhos e tentarem alcansá-los. Faz-se então uma comparação, no qual se diz que, até a “mais rubra brasa”, isto é, até aquela chama mais viva abandonará a lareira.

 

Estrofe 2:

            Temos novamente a ideia de que quem é feliz, na verdade é um tristeza, pois não tem sonhos nem ambições. “Vive porque a vida dura”, vive apenas porque vai vivendo. A alma, a única coisa que lhe diz é que irá acabar por morrer e esta é a lição de raiz, pois a partir do momento em que nascemos, sabemos que acabaremos por morrer.

 

Estofe 3:

            Temos a ideia de que o tempo vai passando e o homem sendo um ser sem sem um objectivo maior, então ser homem, é sinónimo de infelicidade.

            Por outro lado, temos um ponto de viragem no poema quando se diz “Que as forças cegas se domem”. É preciso acabar com a ideia de que somo meros animais que nascem e morrem e adaptarmo-nos à ideia de um objectivo superior, que neste caso será o quinto império.

 

Estrofe 4:

            Após os quatro império anteriores, a Terra será o local onde se formará o quinto império e esta formação terá inicío numa “erma noite”, isto é, um noite solitária, pois cada um vivia a sua vida comodamente sem um objectivo maior e passará a um “dia claro” quando o povo português se unir, para formar o quinto império.

 

Estrofe 5:

            São referidos os quatro impérios anteriores ao quinto. Como sabemos, a idade corresponde ao números de anos que vivemos e esses anos vão passando. O mesmo acontece com esses quatro impérios, eles vão passando, ou seja, são ultrapassados.

            Finalmente temos uma pergunta que acho bastante importante. À primeira leitura, podemos entender que é necessário esquecer D.Sebastião para formar o quinto império. Mas, a meu ver, não é apenas isso. Eu acredito que é necessário aceitar a morte de D.Sebastião para formar o império pelo qual, D.Sebastião lutou.

            Gostaria de relembrar um poema, D.Sebastião, O Rei de Portugal, da primeira parte da mensagem. Neste poema, é referido, a loucura dele. Há um verso que achei interessante, “Minha loucura, outros que me a tomem”. E, de facto, os portugueses precisavam desta tal loucura para conseguirem abandonar a ideia de felicidade, que referi anteriormente e poderem formar o quinto império.

 

O DESEJADO

            O encoberto e o desejado, para mim, referem-se a coisas semelhantes. Eu acho que ambos se referem ao povo português, mas o primeiro refere-se a um povo triste, sem sonhos e o segundo a um povo unido, com objectivos, capaz de formar o quinto império.

            Ao ler, entendemos que este poema, destina-se a Galaaz, personagem da lenda do Rei Artur e é uma pessoa pura e determinada. Este também pode ser visto com uma comparação a D.Sebastião. Mas na minha opinião é o povo português que é o dejado para criar o desejado, o império português. O Desejado pode ser visto como sendo o povo português ou o quinto império.

           

Estrofe 1:

            Pede-se para sair das trevas, sonhar e acreditar num objectivo maior, isto é, erguer para o novo fado, o novo destino, a criação do quinto império.

 

Estrofe 2:

            Aqui refere-se Galaaz mas a meu ver apela-se ao coração, à determinação e ao patriotismo do povo português que conseguirá superar a prova, a criação do quinto império, “erquer a  alma penitente”, alma castigada pelo desaparecimento ou mesmo morte de D.Sebastião, “À Eucaristia Nova”, trazar a Portugal a nova religião, a religião do quinto império.

 

Estrofe 3:

            Refere-se aqui a paz, pois é uma característica importante do quinto império e diz-se para erguer a espada sagrada, em representação do fim do mundo como o conhecemos, unindo o mundo dividido e revelando o santo graal, que neste caso representa a união, a paz e a felicidade para todos os povos e isto seria a formação do quinto império.

 

AS ILHAS AFORTUNADAS

            As ilhas afortunadas são uma lenda medieval. O nome é associado a ilhas maravilhosas que teriam existência real e chegavam a estar indicados nos mapas, ou então eram ilhas que os marinheiros viam, mas nunca eram alcançados. Isto, provavelmente resultava de fenómenos metereológicos, que provocavam miragens.

            Neste poema, refere-se uma voz que ouvimos enquanto dormimos. Dá esperança e diz que o Rei mora nas ilhas afortunadas à espera de um dia para voltar numa hora de necessidade, que neste caso seria a formação do quinto império. O Rei pode ser visto como o Rei Artur, da tal lenda, ou D.Sebastião.

            Contudo, no fim do poema é nos dito que, quando acordamos ou despertamos a voz cala-se. Daqui eu conluí que este poema referia-se, a um ideia, um sonho, um pensamento, uma esperança presente no povo português que é preciso esquecer de forma a unirem-se e formarem o quinto império, pois não podem estar à espera que o rei volte e faça isso por eles.

 

Mark Alexandre Vaz nº17 12ºD

sábado, 17 de novembro de 2012

Apresentação Oral - "Mensagem"

D. Sebastião











 

"Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.


Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?



Trata-se de um poema da primeira parte – o Brasão.

Nesta primeira parte da obra aborda-se a origem, e a fundação de Portugal enquanto império. 

O título D. Sebastião remete-nos para um momento importante da nação assumindo D. Sebastião um papel importante na tomada de decisão de avançar para a conquista de África.


O poema poderá dividir-se em duas partes: a primeira correspondendo à primeira estrofe e a segunda parte à segunda estrofe. 
Na primeira o sujeito poético faz uma auto-caracterização como “louco”; na segunda faz uma apologia da loucura, um elogio, apelando a que outros dêem continuidade ao seu sonho.

Na primeira estrofe o sujeito lírico encontra a base da loucura na grandeza (o sonho) que o sujeito lírico assume com orgulho. Em consequência dessa loucura, o herói encontrou a morte em Alcácer Quibir.
Apesar disto a loucura tem neste poema uma conotação positiva, já que se liga ao desejo de grandeza, à capacidade realizadora, sem a qual o homem não passa de um animal. Veja-se ainda na primeira estrofe a referência ao ser histórico “ ser que houve”, que ficou na batalha de Alcácer Quibir, onde encontrou a destruição física, e a distinção deste com o ser mítico “ não o que há”, que sobreviveu pois é imortal. Este perdura na memória colectiva como exemplo.

Na segunda parte, o sujeito poético lança um desafio aos destinatários, fazendo um apelo à loucura e à valorização do sonho. Deve portanto dar-se asas à loucura como força motora da acção. Trata-se de um apelo de alcance nacional e universal. Este mesmo elogio será repetido várias vezes ao longo da obra. O desafio permite aos destinatários considerarem a grandeza do rei suficiente para todos. Sem ideal cai-se no viver materialista. A interrogação retórica com que termina o poema aponta precisamente para a loucura como força criativa que poderá ser canalizada para a reconstrução nacional. Sem o sonho, “a loucura”, o homem não se distingue do animal. É a través do sonho que o homem é capaz de seguir em frente sem temer a própria morte. Assim o homem deixará de ser um animal sadio ou reprodutor com a morte adivinhada.

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Nun'Álvares Pereira


"Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.

Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.

Esperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!"


No poema Fernando Pessoa refere uma auréola. A auréola que cerca Nuno Álvares Pereira é, ao mesmo tempo, uma auréola de santidade (do guerreiro tornado monge) e uma auréola de combate (“é a espada (…) volteando”). Quer ele dizer que a santidade que ele alcançou, foi a custo também dos seus actos de guerreiro, pois é a sua espada que desenha o círculo por cima da sua cabeça, destacando-o – santo – do comum dos homens.

Conhecendo-se a origem da auréola que cerca Nuno Álvares Pereira - a espada - na segunda estrofe, Pessoa fala-nos sobre essa mesma espada. Diz-nos que a espada “que, erguida / Faz esse halo no céu” não é uma espada qualquer, não é a espada de um comum cavaleiro,mas “é Excalibur, a ungida”, a espada do “Rei Artur”.

Pessoa pede a Nuno Alves Pereira, nos dois últimos versos, que erga a luz da sua espada “para a estrada se ver”, para sabermos que caminho seguir no futuro.

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Bernardo Santos, Nº6, 12ºD


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Apresentção Oral

      Os dois poemas que vou apresentar: “O Infante” e “Horizonte”, fazem parte da segunda parte da obra - “Mar Português”- , ou seja à época de realização dos portugueses, que vem depois do nascimento. É como se a realização da vida dos portugueses tivesse sido feita através do mar.
O primeiro poema “O Infante” é constituido por três estrofes, de 4 versos cada (quadras). Têm rimas cruzadas segundo o esquema: abab, cdcd, efef


Segunda parte: Mar Português

O INFANTE

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,


E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo. até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português..
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

      Este poema está escrito como se fosse dirigido ao Infante, que é o Infante D. Henrique. Podemos ver isso através do tratamento na segunda pessoa, no último verso da primeira estrofe “Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,” e nos dois primeiros versos da última estrofe:” Quem te sagrou criou-te português” e “Do mar e nós em ti nos deu sinal.” Fernando Pessoa joga com o verbo sagrar; “sagrou” e “sagrou-te”,  lembra-nos que D.Henrique foi Infante de Sagres e o nome da Vila de Sagres  tem origem na palavra sagrado, pois os romanos chamaram aquela ponta mais a sul de Portugal “promontorium sacrum”, ou seja promontorio sagrado.
      Neste poema Fernando Pessoa começa por afirmar que “Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”, portanto as obras, (que neste caso são os descobrimentos), nascem porque os homens sonham, e os homens sonham por vontade de Deus. Depois diz que Deus quis que a terra fosse apenas uma, ligada por mar, daí a importância de descobrir os caminhos marítimos para que o mar não fosse um elemento de separação, mas sim um elemento de união. No último verso, dirige-se ao Infante dizendo-lhe que ele foi sagrado infante e responsável por desvendar a espuma ou seja por descobrir os mistérios do mar
      Na segunda estrofe, O autor continua a falar da espuma e da orla branca, a espuma branca das ondas que as naus provocam é uma metáfora que significa avançar e descobrir. Depois, tornou-se claro, á medida que as naus foram avançando e que se conheceu o mundo inteiro, que a Terra era redonda, desfez-se o mistério.
      Na última estrofe o autor volta a dirigir-se ao Infante e a invocar Deus. Diz que Deus criou o Infante Português e através dele nos fez conhecer o mar. No terceiro verso o autor afirma que os descobrimentos foram um êxito, mas que depois o Imperio se desfez, e no último verso, faz um apelo a Deus para que se cumpra Portugal, ou seja Fernando pessoa utiliza este poema, aparentemente dirigido ao infante, para chamar à atenção que naquele tempo Deus quis que os Portugueses tivessem o sonho dos descobrimentos e essa obra foi feita. Depois o imperio foi desfeito e atualmente (no tempo em que o poema foi escrito) é necessário que Deus faça os portugueses voltar a sonhar para construírem Portugal. Aqui notamos mais um ponto em comum com os Lusíadas que ao mesmo tempo que narrava os feitos, fazia as suas críticas.
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O Poema Horizonte e constituido por três estrofes, cada uma com seis versos com uma rima do tipo aabccb, ddeffe, gghiih.

Il. HORIZONTE

Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinhamn coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
‘Splendia sobre as naus da iniciação.

Linha severa da
longinqua costa —
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha:
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, ha aves, fiores,
Onde era so, de longe a abstrata linha

O
sonho é ver as formas invisiveis
Da distáncia imprecisa, e, com sensiveis
Movimentos da esp'rança e da vorntade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave. a fonte--                                                               Os beijos merecidos da Verdade .

     O título do poema “Horizonte”, lembra a linha que separa o que está perto de nós, o que conhecemos, do que está longe, para além da nossa visão e por vezes nos assusta porque é desconhecido.
     O poema começa com o autor a dirigir-se ao Mar anterior a nós. “Ó mar” é uma apóstrofe, o autor dirige-se a um mar antes de nós, ou seja a um mar que nós não conhecíamos, um mar do passado. Esse mar tinha coral, praia e arvoredos, isto é conheceram-se outros mares, outras ilhas e continentes. Depois, uma vez passadas a noite as tormentas e a cerração, ou seja a escuridão, as tempestades e o nevoeiro que simbolizam o medo e o desconhecido, desfaz-se o mistério, “abre-se o Longe”, ou seja abre-se o horizonte e o que era longe fica perto e assim se atinge a luz, isto é o conhecimento e a descoberta. “As naus da iniciação” representam os rituais de iniciação que são rituais de passagem para um novo ciclo na vida com novas descobertas e conhecimentos. Estes 6 versos parecem estar divididos em 3+1+2.             No início 3 versos escuros que representam o desconhecido, utilizando as palavras “medos, noite, cerração”, depois 1 verso, que parece funcionar como uma cortina que se abre “as tormentas passadas” e a seguir 2 versos claros com as palavras “abrir em flor, sul sidério e splendia” que representam a descoberta.
      Na segunda estrofe em vez de termos um jogo de escuro e claro temos um jogo de longe e perto, com o ritmo, LPLPPL. Em que nos vamos sempre aproximando da costa, mas com esta alternância que parece uma ondulação entre mais perto e mais afastado.
No primeiro verso, fala-se da linha de costa que está ainda longe, no segundo verso a nau aproxima-se e vê-se a encosta cheia de árvores, e no 3º verso recorda-se que ao longe nada se conseguia ver. No quarto verso está-se ainda mais perto a então vê-se a terra com os seus sons e as suas cores, no 5º verso a costa é atingida, desembarca-se, veem-se as flores que antes eram apenas cores e as aves que antes eram apenas sons, finalmente no 6º verso, conclui-se que o local onde agora se está, dantes era apenas a linha do horizonte. Do ponto de vista simbólico atingimos um novo grau de conhecimento.
      A última estrofe dá-nos uma definição de sonho como sendo “a possibilidade de ver as formas invisíveis da distância imprecisa”, o que acontece quando nós tentamos ver o que está muito longe, e imaginamos mais do que conseguimos ver, dando-nos vontade de ir descobrir o que é, de ir mais além, de ver mais longe. Depois o autor acrescenta, “e com sensíveis movimentos de esperança e de vontade, buscar (na linha fria do horizonte, ou seja no ainda desconhecido) a arvore, a praia, a flor, a ave a fonte, (que são agora belezas ao alcance dos nossos sentidos, são as novas descobertas) ”os beijos merecidos da verdade”, que representam o amor pela descoberta e pelo conhecimento.
      Se quisermos fazer uma comparação com os Lusíadas, esta estrofe que vem a seguir à estrofe do desembarque, e que define o sonho como fonte do desejo de alcançar novas verdades, aparece como se fosse a ilha dos amores, que surge como recompensa do esforço dos navegadores. Aqui, a nomeação da árvore, da praia, da flor, da ave e da fonte, assemelha-se a um paraíso onde encontramos os “beijos merecidos da verdade”. Aqui, as ninfas da Ilha dos amores são as novas descobertas, isto é, a verdade. 

O Padrão; O Mostrengo


O Padrão:
Na altura dos descobrimentos, para marcar as terras recentemente descobertas era usada uma cruz de madeira. D.João II ordenou que essas cruzes fossem feitas de pedra com o pressuposto de durarem mais tempo. A cruz de madeira transformou-se num pilar de pedra onde no seu topo estava gravado o brasão de armas Portuguesas.
O poema está inserido na segunda parte da obra A Mensagem, mar português, onde a obra se debruça sobre a época das grandes navegações.
Este é relatado por Diogo Cão, navegador português da época, que foi enviado por D.João II, por duas viagens, para descobrir o sudoeste da costa africana. O primeiro lugar a que chegou foi a foz do rio Zaire (entre o Congo e Angola) mas a sua viagem continuou por rio a dentro. 
Ao longo do poema vamos tirando várias interpretações dos versos começamos por ' O esforço é grande e o homem é pequeno' , ou seja, perante a imensidão do mundo os meios disponíveis eram escassos, tanto como materiais como imateriais, 'A alma é divina e a obra é imperfeita', ou seja, apesar da dedicação total dos portugueses era impossível concluir a sua missão, descobrir tudo que estava para além do horizonte, 'Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é portuguez', ou seja, remete-nos para a ideia de que o mar com fim é o Mediterrânico e quem o cruzou pela primeira vez foram os gregos e romanos e o mar sem fim é o Oceano e quem o cruzou pela primeira vez foram os portugueses.
Para além destas ideias, é nos referenciado o acto do descobrimento e que Diogo Cão acha que cumpriu com a sua parte no que toca aos descobrimentos perante Deus e os homens e que está missão apenas será concluída no dia de sua morte pois, por mais longe que vá, haverá sempre um porto por descobrir.


O Mostrengo

Na minha opinião, neste poema é nos apresentado dois pontos fundamentais para a sua análise. Em primeiro lugar, o poema remete-nos para a ideia das provações que os navegadores portugueses tiveram de passar, pois o que é certo é que a natureza, no caso mais específico, o mar, é algo de desconhecido e inesperado, ou seja, nós nunca sabemos o que podemos esperar dele e por isso não conseguimos nos precaver. Em segundo lugar, o poema remonta para a lenda do Adamastor, que nos é apresentada também nos Os Lusíadas, e com isso mostra a bravura dos navegadores portugueses por não se deixarem ir a baixo. Podemos fazer uma comparação do Mostrengo com o medo do desconhecido, no sentido de demonstrar a pressão psicológica que os navegadores estavam sobre. É nos demonstrado também o sentido de patriotismo e de subordinação ao rei, ou seja, um ser respeitado e reconhecido por todos os navegadores portugueses.