É domingo,
numa época em que a economia está em completo declíneo. O homem acaba de chegar
da rua, onde foi comprar o jornal. Mal nota na sua mulher sentada ao pé do
piano, como se tivesse a tocar, isto porque, ele anda demasiado stressado, uma
vez que perdeu o emprego e encontra-se desemprego há já três semanas.
Concentra-se de tal forma no jornal, que até se inclina para ver melhor. Ele
procura uma oportunidade de trabalho, mas nem sabe o pior.
A mulher, que
finge estar a tocar piano, encontra-se sentada de lado, pois na verdade, quer
dizer uma coisa ao marido. Ela está grávida mas não sabe como lhe dizer, uma
vez que só ele é que trabalhava e agora não têm sustento. Está muito nervosa, o
que não é bom para o bebé, mas o marido nem repara nela e ela não tem coragem
para dar inicío à conversa. Aquilo que, por norma, seria uma coisa boa, é agora
a origem de toda esta ansiedade, deste nervosismo e desconforto perante uma
situação que parece não ter solução.
Mas,
passado este curto período de tempo em que ambos lidaram com a sua angústia de
forma tão solitária, no entanto, fisicamente tão próximos um do outro, alguém
bate á porta e vem mudar tudo…
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