O Padrão:
Na altura dos
descobrimentos, para marcar as terras recentemente descobertas era usada uma
cruz de madeira. D.João II ordenou que essas cruzes fossem feitas de pedra com
o pressuposto de durarem mais tempo. A cruz de madeira transformou-se num pilar
de pedra onde no seu topo estava gravado o brasão de armas Portuguesas.
O poema está
inserido na segunda parte da obra A
Mensagem, mar português, onde a obra se debruça sobre a época das grandes
navegações.
Este é relatado
por Diogo Cão, navegador português da época, que foi enviado por D.João II, por
duas viagens, para descobrir o sudoeste da costa africana. O primeiro lugar a
que chegou foi a foz do rio Zaire (entre o Congo e Angola) mas a sua viagem
continuou por rio a dentro.
Ao longo do poema
vamos tirando várias interpretações dos versos começamos por ' O esforço é
grande e o homem é pequeno' , ou seja, perante a imensidão do mundo os meios
disponíveis eram escassos, tanto como materiais como imateriais, 'A alma é
divina e a obra é imperfeita', ou seja, apesar da dedicação total dos
portugueses era impossível concluir a sua missão, descobrir tudo que estava
para além do horizonte, 'Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim
é portuguez', ou seja, remete-nos para a ideia de que o mar com fim é o Mediterrânico
e quem o cruzou pela primeira vez foram os gregos e romanos e o mar sem fim é o
Oceano e quem o cruzou pela primeira vez foram os portugueses.
Para além destas
ideias, é nos referenciado o acto do descobrimento e que Diogo Cão acha que
cumpriu com a sua parte no que toca aos descobrimentos perante Deus e os homens
e que está missão apenas será concluída no dia de sua morte pois, por mais
longe que vá, haverá sempre um porto por descobrir.
O Mostrengo
Na minha opinião, neste poema é nos apresentado dois pontos fundamentais para a sua análise. Em primeiro lugar, o poema remete-nos para a ideia das provações que os navegadores portugueses tiveram de passar, pois o que é certo é que a natureza, no caso mais específico, o mar, é algo de desconhecido e inesperado, ou seja, nós nunca sabemos o que podemos esperar dele e por isso não conseguimos nos precaver. Em segundo lugar, o poema remonta para a lenda do Adamastor, que nos é apresentada também nos Os Lusíadas, e com isso mostra a bravura dos navegadores portugueses por não se deixarem ir a baixo. Podemos fazer uma comparação do Mostrengo com o medo do desconhecido, no sentido de demonstrar a pressão psicológica que os navegadores estavam sobre. É nos demonstrado também o sentido de patriotismo e de subordinação ao rei, ou seja, um ser respeitado e reconhecido por todos os navegadores portugueses.
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