quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Garantia do voto universal é suficiente para podermos dizer que vivemos em Democracia?

Na minha opinião, o voto universal é uma das condições que nos permitem dizer que vivemos em democracia. Contudo, a garantia deste não é suficiente para dizermos que vivemos em Democracia.
A democracia, no meu ponto de vista, signica ter liberdade, seja esta liberdade de expressão ou de escolha ( no que diz respeito, por ex: a quem nos governa ). Contudo, ao elegermos quem nos governa, ou seja, no nosso direito ao voto nem sempre somos livres, visto que esta escolha é muitas vezes uma escolha aparente. Pois, apesar de no papel de voto estarem representados diferentes partidos e termos de assanilar um para nos governar, nem sempre é o partido que ganha quem nos governa. Pois em situações de fraqueza, por exemplo : económica como é o caso de Portugal, quem nos governa são pessoas que nem nós próprios nem sabemos que são, e ao qual ilusóriamente chamam de "Troika".
Daí, eu achar que muitas vezes, a escolha de quem nos elege é simplesmente uma escolha aparente. E para vermos um exemplo disto, basta-nos debruçarmos, e com um olhar mais profundo sobre o estado de Portugal.
Portugal, um país democrata e onde existe a co-ligação entre dois partidos que supostamente definem as políticas económicas, sociais, entre outras, portuguesas é um país governado não por estes dois partidos, mas por uma "instituição" ( como referi anteriormente a "Troika" ). Isto pelo facto de Portugal precisar de ajuda a nível económico e para tal ter pedido ajuda a esta "instituição". O que acontece é o seguinte : esta instituição trata as pessoas como números , ou seja, o que é importante é reduzir o défice orçamental seja lá de que maneira for, e não se tem em conta as pessoas em situações de carência, carência aos cuidados de saúde, à alimentação entre outros bens. Desta forma, e para reduzir o défice faz-se de tudo, aumentasse nos impostos, reduz-se nos abonos de famílias, entre outras coisas , o que faz com que as pessoas começem a considerar superfluo alguns bens alimentares , e que haja cada vez mais pessoas a susbtituir as refeições de carne/peixe por outras coisas mais baratas. O que na minha opinião não é correto.
Pois como já vimos, esta situação de decandência está a gerar cada vez mais conflitos a todos os setores.
Ou seja, desta forma podemos concluir que apesar de em termos jurídicos somos considerados um país democrata, e consequentemente temos direito ao voto, isto não é suficiente para garantirmos que somos livres e consequentemente democratas.

3 comentários:

  1. Análise dos poemas
    ( Aqui está um resumo da minha apresentação, daí este resumo não conter os aspetos da estrutura externa da Mensagem )

    Ulisses :
    O mito é o nada que é tudo.
    O mesmo sol que abre os céus
    É um mytho brilhante e mudo —-
    O corpo morto de Deus,
    Vivo e desnudo.

    Este, que aqui aportou,
    Foi por não ser existindo.
    Sem existir nos bastou.
    Por não ter vindo foi vindo
    E nos criou.

    Assim a lenda se escorre
    A entrar na realidade,
    E a fecundá-la decorre.
    Em baixo, a vida, metade
    De nada, morre.

    1ª Estrofe : Apesar de não se saber se é verdadeiro ou não, o mito é uma crença da sociedade e que permite que esta se desenvolva. ( É o nada – não tem fundamento, a existência de provas , que é tudo – permite o desenvolvimento da sociedade ); Assim este poema começa com um paradoxo, no 1º verso em que o poeta diz “é o nada que é tudo” enunciando o tema que irá abordar : o mito.
    No 2º verso somos confrontados com o “sol” que simboliza o próprio cristo que é considerado também este um mito para o poeta. Neste verso vê-mos que cristo tem o corpo morto, o que pode representar a ressurreição ( ou seja, tem simplesmente o corpo morto, mas pode ter um domínio espiritual ).E no último verso deste poema podemos ver que tem o corpo vivo e desnudo que representa a crucificação de cristo; o mito é brilhante e mudo pois é o que cristo representa para o crente e que varia de pessoa para pessoa.
    A ideia de da cruz cristo, neste poema é fundamental visto que este tal como outras personagens que vão sendo abordadas ao longo dos poemas sacrificou-se pela sociedade. O que demonstra de certa forma, o futuro de bondade que se verificará no próximo império.
    2ª Estrofe O mito é o que permite desenvolver uma sociedade, sem que tenhamos a certeza da existência da personagem mitificada .
    Assim, Ulisses, foi o herói mitológico que fundou lisboa ( contudo, a referência a este é meramente instrumental ), sendo sobre a verdadeira essência do mito que somos confrontados neste poema .
    3ª Estrofe A terceira estrofe é assim a conclusão do poema, em que Fernando Pessoa ressalta mais uma vez a ideia de que o mito é mais importante que a própria vida. E podemos constatar isto pois Fernando pessoa diz que a própria vida nasce do mito, e que o mito é algo imortal e a vida não. É como se o mundo fosse uma casa em que a fundação são os mitos e a construção do resto da casa é a sociedade, e que a sociedade sem esta fundação não existe; Ou seja, antes da existência de qualquer homem real, vem o mito, daí este ser o 1º poema antes de se falar das pessoas que tiveram mesmo uma existência real.

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  2. Relação entre Ulisses da Mensagem e Ulisses de Camões – Apesar da nomeação de ulisses, no meu ponto de vista ser secundária, existe um enorme simbolismo na eleição deste herói, e a nomeação deste herói tanto num caso como noutro não é feita ao acaso.
    Para Camões, Ulisses era apenas hábil e eloquente no discurso, e não era propriamente um herói. Tanto que, ao longo dos Lusíadas podemos verificar que Camões desvaloriza os deuses clássicos ao invés da valorizar os navegadores, e podemos ver isto por exemplo: na estrofe 86 do canto V em que existe uma interrogação que diz “Crês tu que Eneias e Ulisses se aventuraram tanto no mundo como nós?”
    Para Pessoa, Ulisses é considerado um herói supremo, o herói que construiu toda a realidade ( visto que é do mito que surge a realidade
    O mito na mensagem : Na minha opinião, Fernando Pessoa com este poema queria mostrar que o mito é mais importante do que a realidade, visto que o mito permanecerá nos espírito das pessoas, enquanto que a realidade vai mudando ao longo dos tempos. E que os mitos fazem com que os heróis consigam alcançar a imortalidade. O mito permite que o herói alcance a sua imortalidade ( visto que será sempre lembrado );
    E este desejo de alcançar a imortalidade também podemos ver que está presente em Camões, na parte em que este reflecte acerca de ter medo de ser esquecido e não ser devidamente reconhecido, mas também na ilha dos amores, em que os heróis são compensados e permite transportar o valor das suas acções para a dimensão do eterno;
    Ulisses poderá assim representar a vocação marítima dos portugueses já que é do mar que chega este antepassado mítico dos portugueses.
    A ideia da viagem em Ulisses é central, visto que Ulisses tal como cristo sacrifica-se pelo seu povo. Ou seja, apesar de ter estado longo de Ítaca ( onde este era rei ) o seu objectivo foi sempre voltar às suas origens, passando os obstáculos que fossem precisos passar.
    Não é a existência real de Ulisses mas aquilo que ele representa que importa; ou seja que o futuro glorioso de Portugal só poderá concretizar-se através da vivência do mito e da energia criadora que ele liberta.
    O mito permite-nos sonhar e distanciarmos da realidade que não é a que nós gostaríamos ( pois para Pessoa Portugal encontrava-se numa situação de decadência ). E o sonho para Pessoa tem uma importância fulcral, visto que é aquilo que dá vida ao homem: sem ele a vida não tem sentido e limita-se à mediocridade;

    Os mitos e a importância destes já foram fruto de investigação por parte de diversos psicólogos. E um deles, chega mesmo a afirmar que o mito funciona tal como um sonho, visto que os mitos são uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, e de uma forma análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo. Ou seja, os mitos exprimem os desejos comuns de uma sociedade e os sonhos os desejos dos indivíduos.

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  3. Relativamente a Viriato:
    Se a alma que sente e faz conhece
    Só porque lembra o que esqueceu,
    Vivemos, raça, porque houvesse
    Memória em nós do instinto teu.

    Nação porque reencarnaste,
    Povo porque ressuscitou
    Ou tu, ou o de que eras a haste —
    Assim se Portugal formou.

    Teu ser é como aquela fria
    Luz que precede a madrugada,
    E é ja o ir a haver o dia
    Na antemanhã, confuso nada

    Análise :
    1ª Estrofe : A nação portuguesa representa, a memória colectiva do instinto de identidade e independência de Viriato;
    2ª Estrofe : O espírito de Viriato continua presente na nossa memória coletiva, é como se a sua alma continuasse ligada a nós ( daí a ideia de reencarnação– uma alma ligada a diversos corpos; )
    A memória de Viriato vai ressuscitar porque após o domínio romano, Portugal volta a ser independente, tal como era quando Viriato era vivo. Portugal tinha a sua própria liberdade; A haste como o mastro da bandeira onde Portugal se volta de novo a apoiar;
    3ª Estrofe : Viriato é comparado à antemanhã de Portugal, que é um período quando começa a despontar uma luz muito fina. Ou seja, Viriato permite antever algo que se vai concretizar, o facto de Portugal não ficar sob o domínio de nenhum império, ser um país só por si;
    O mito da antemanhã serve-nos como ideia para um Portugal que ainda se está a construir;
    O último verso “ Confuso, nada” significa que este é um mito que se irá projectar.
    Relação entre Viriato da Mensagem e Viriato de Camões – Neste caso, tanto nos Lusíadas como na Mensagem, Viriato é considerado um herói de grande importância ( pois foi primeiro herói da nacionalidade portuguesa ) e sobre o qual todos devemos ter um enorme orgulho; Viriato é considerado um dos mais belos símbolos de qualidade exemplar : indomável, espírito de independência, heroicidade estóica ( sacrífico total pelas liberdades pátrias );
    Nos Lusíadas : Viriato é tido como um herói que ao contrário de Pirro foi morto à traição. O que mostra a falta de dignidade dos romanos, daí a relutância de Camões em relação aos heróis clássicos ( visto que os romanos tbm foram consideradorados heróis assim como Ulisses );
    Na Mensagem : Viriato é também um herói que todos devemos recordar pela sua grandiosidade;
    Neste caso não existe uma diferença daquilo que é dito, mas uma actualização, reforçando a ideia da grandiosidade deste herói português.
    Viriato na mensagem : Foi um dos heróis que nos deixaram nos genes a capacidade de sonhar e a vontade de lutar que nos permitirão ir mais longe, cumprindo o nosso destino.
    Viriato continua presente nas nossas almas, visto que este representa um impulso para a acção dos homens do futuro, inspirando-os na busca do que falta cumprir.
    Este herói deixamo-nos presente a ideia de que a verdadeira força propulsora da vida não é a inteligência, mas a reminiscência ( memória ), visto que este era um pastor humildes e que mostrou que as capacidades individuais não dependem do estrato social nem das habilitações académicas; Ou seja, que a verdadeira grandeza está na alma;
    Viriato representa a imagem de liberdade, visto que até este ter sido morto pelos romanos Portugal continuava livre do império romano. Contudo com a morte deste, Portugal teve de se submeter ao império romano.
    Viriato é um dos heróis que nos identifica ( a nós portugueses ), pois tal como outros heróis que vão nomeados, Viriato representa a ideia de resistência aos invasores, logo representa a nossa nacionalidade.


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