Incoerência do actos humanos
Ao lermos “Alice no país das maravilhas”, aparetemente um livro para crianças, apercebemo-nos das várias fases que esta “criança” vai passando ao longo da história, “Alice” passa por grandes constrastes de emoções, ora muito feliz, ora muito triste, entre outras situações. Este livro incide sobre vários problemas que nos deparamo-nos actualmente, podem ser exemplos destes problemas : a teoria de justiça presente, a incoerência entre o diálogo das personagens, e também o contraste entre o sonho e realidade.
A minha reflexão irá incidir, sobretudo na incoerência dos actos humanos. Como mostra Alice, por vezes as personagens quando estão a falar proferem frases que aparemente não tem nada haver com o assunto, mas se explorar-mos o assunto iremos perceber que certas frases não são assim tão diferentes do tema principal. Um exemplo disto, quando o gato cheshire diz “somos todos loucos aqui”, no meu ponto de vista esta frase pode ser entendida como a incoerência dos actos humanos. Ou seja, quando nós agimos de forma dita “fria” em determinados assuntos, quer dizer sem reflectir para ver qual será a melhor solução para o nosso problema, podemos agir de forma incorrecta com os outros, sem terem culpa. E quando percebemos, que estavamos errados, já estamos longes de tentar explicar a situação que se passou para termos reagido de tal forma. Mas, eu acho que isto acontece poucas vezes, pois os seres humanos, como seres racionais que são primeiro pensam nas açcões e nas reprecuções que as acções podem tomar só depois é que agem. O quê que é, então a coerente ou a incoerente ?
Para responder a esta pergunta podia fazer isto da maneira mais simples que há, que era ir ao dicionário e copiar as dezenas de definições que existem para estas palavras. Mas, não, vou tentar definir estas palavras através da história. Por exemplo, no capítulo VII, quando Alice é bombardea por enigmas, estes parecem incoerentes ao início, ou seja, não fazem sentido, se “perdemos” um bocado de tempo a tentar analisá-los, vê-mos que não são assim tão despropositados e incoerentes. Estes enigmas podem representar a forma como temos de agir, que á partida parece que tudo é fácil de agir e escolher o “caminho” que devemos seguir, mas não, as situações analisadas, de forma mais demorada, mostram-nos que existem vários caminhos que tem várias qualidades, mas também têm vários incovinientes. E são estes inconvinientes que nos levam a escolher umas coisas, em detrimento de outras… Deste modo tentei definir, incoerência, mas agora falta coerência, que se encontra a seguir ( introduzida por uma pergunta retórica ).
Mas como será que devemos agir, então, para os nossos actos serem considerados como “coerentes”?
Eu acho que esta é uma pergunta que é muito dificil de se responder, pois é muito vaga, e quanto mais vaga é uma pergunta, mais dificil é responder á mesma. Por outro lado, é difícil responder, porque o agir humano não tem regras restritas, e cada pessoa é livre de fazer aquilo que quer, ( não se esquecendo que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros ) que torna ainda mais complexa a questão, por outro lado, porque todos somos diferentes e temos perspectivas muitos diferentes de ver a mesma questão, mas também porque ao longo dos tempos, à medida que vamos crescendo, vão-se abrindo novos horizontes, o que dá origem as novas perspectivas sobre os mesmos assuntos.
Por outro lado, quando agimos devemos ter em atenção, a(s) pessoa(s) com quem estamos a agir, o que nós achamos que elas são, e o que elas são realmente, ou seja, o confronto entre o “sonho e a realidade”, que também está presente em “Alice no país das maravilhas”, quando as personagens não agem do modo que Alice desejava que elas agissem, e Alice para defender disto, ou seja, para se defender do confronto sonho/realidade diz que eles não passam de um baralho de cartas.
O que eu quero aqui explicitar é o modo como as pessoas agem nem sempre é igual ao modo como as pessoas são, porque, por vezes, devido a factores atípicos para nós, que até podem ser comuns para os outros, agimos de forma bastante diferente.
Ou seja, isto tudo para dizer que, nem tudo o que fazemos tem de ter uma lógica muito certinha e quando agimos de uma maneira e esperamos que o outro pratique uma acção de determinada maneira, não nos podemos esqueçer do factor supresa. O exemplo, mais fiel deste exemplo é o do gato cheshire que abana a cauda quando está irritado e ronrona quando está alegre. Á partida, quando o gato está alegre devia abanar a cauda, daí eu falar em factor surpresa.
Daí, eu dizer que Alice é um livro aparentemente para crianças, que na realidade, quando lido por adultos, pode dar origem a reflexões deste tipo, só que mais profundas.
Inês Moura, nº13
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