Eu quando soube que íamos ler este livro, quase que comecei a rir, pois pensei que fosse um livro apenas para crianças, sendo um “disparate” lê-lo… A verdade é que quando o professor referiu que íamos ler este livro, ele explicou o porquê, mas mesmo assim eu não mudei a minha opinião, ficando com a ideia de que ia ler um livro de crianças…
Ora, chegando ao fim do primeiro período e sabendo que íamos analisar este livro no segundo período decidi lê-lo durante as férias. Demorei cerca de três dias, chegando rapidamente à conclusão de que a história não fazia sentido nenhum e que era uma estupidez pois era apenas um sonho que Alice tinha tido. Conclusão esta, muito errada… Digamos que quando eu fui ler este livro tinha a mente fechada, quase como se não quisesse perceber. Decidi então começar a pensar nas razões que me levaram a pensar que a história não fazia sentido nenhum e rapidamente cheguei a um primeiro problema presente neste livro, a teoria de justiça.
Foi aqui que comecei a ver os diferentes problemas deste livro, descobrindo alguns mais tarde quando eu e a turma analisámos em conjunto.
O problema da justiça foi o que me suscitou mais interesse e mais necessidade de reflecção. A ideia de justiça neste livro é fora do normal, completamente diferente daquilo a que estamos habituados.
Para mim, quase que posso dizer que aquilo não é justiça, pois qualquer um faz o que quer sem pensar nas suas consequências. É uma justiça, na qual, cada um pode condenar quem quiser, seguindo-se pelos seus interesses e sem ter necessidade de preocupar-se com os outros. Se pensarmos no poema da fúria e do rato, facilmente podemos analisar a ideia de justiça neste livro. A Fúria condena o rato, sem razões, mas apenas com o interesse de comê-lo. Uma justiça movida por interesses? Poderá dizer-se que sim… É uma justiça em que há liberdade de se fazer aquilo que se quer sem preocupações. Analisando apenas a própria estrutura do poema, que é torta e é aos “s” conseguimos perceber que é uma justiça confusa e aleatória.
De forma resumida é uma justiça de meros interesses pessoas, na qual, a verdade pouco importa (pois como podemos ver no poema da Fúria e do rato, a Fúria condena o rato sem razões para isso, por isso é que digo que a verdade pouco importa).
Este problema da ideia de justiça remete para outro, o exercicío de puderes. Digo isto porque não há propriamente ninguém com mais poder que o outro. Vejamos, há uma rainha e um rei, a rainha mandava constantemente cortar cabeças, o que para além de não ser justo (vemos a aqui a tal ideia de justiça), acabava também por nunca acontecer. Por isto é que digo que ninguém tinha mais poder que os outros, pois cada um podia fazer aquilo que queria, mas nunca ninguém assumia verdadeiramente um poder superior.
Da primeira vez que se lê este livro estas coisas são um pouco estranhas, primeiro porque estamos habituado a viver numa sociedade onde há pessoas com mais poder que as outras e também porque, na minha opinião, justiça tem que ser igual para todos e tem que se seguir pela verdade.
Estas duas coisas levam-me a pensar que nesta história há um excesso de liberdade. Digamos que a liberdade é a máxima deste mundo extraordinário, é a regra de vida neste mundo. É uma coisa completamente diferente e estranha, pois no mundo em que nós vivemos, também temos liberdade mas não podemos fazer TUDO o que queremos, pois há CONSEQUÊNCIAS… No nosso mundo a nossa liberdade acaba onde a do outro começa.
Ainda nesta ideia de que as coisas não fazem muito sentido, temos outro problema, a forma de interpretar as palavras. Algumas vezes são uzadas de uma forma demasiado objectiva, outras vezes com um grau de subjectividade muito grande, mas na minha opinião não há grande repercussão no uso das palavras, tirando alguma discussões/confusões, mas de resto não faz grande diferença pois num mundo como este onde há tanta liberdade não é a forma de usar as palavras que vai fazer a diferença.
Ainda vou falar de resumidamente de outros dois problemas presentes neste livro, mas logicamente que podemos encontrar mais…
A relação de Alice consigo mesma e com os outros e as metamorfoses… Acho que estes dois problemas estão interligados por isso vou falar deles ao mesmo tempo. Digo isto pois Alice ao mudar de tamanho (metamorfoses) muda a sua relação com os outros e isto também porque as pessoas olham para ela de maneira diferente. Com as transformações passa por ter uma personalidade mais forte, depois mais fraca, tal como as pessoas ao vê-la com tamanhos diferentes, podem ter medo, ou não, ou simplesmente mais ou menos respeito por ela. Não tenho muito a dizer sobre a relação dela com os outros, era basicamente isso. Mas as transformações fazem com que Alice fique muito confusa, mudando de disposição, maneira de ser e de relacionamento com ela própria, isto porque, ao mudar de tamanho deixa de ter a certeza se é ela própria, o que a leva a ter diversas atitudes como chorar e ralhar consigo própria.
Voltando à parte inicial do meu texto e para concluir quero que fique esclarecido, que por mais que possa parecer um livro apenas para crianças, não é… É um livro muito interessante, com diversos problemas, que nos obrigam a pensar e a reflectir e isso sim é um livro…
Mark Alexandre Vaz nº17 10ºD
Mark Alexandre Vaz nº17 10ºD
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