quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Conceito de Justiça


O Conceito de Justiça no Mundo Real:

Na Grécia, Sócrates valorizava a Justiça como uma forma agradável de o homem viver em sociedade e, além disso, de agradar as outras forças que estão acima do ser humano. Para Platão, o justo comporta-se de acordo com a lei e somente o justo é feliz porque controla seus instintos e enfrenta a realidade com conhecimento, o que é imprescindível para a prática da justiça. Aristóteles dizia que a justiça é a excelência moral perfeita que advém do hábito de fazer o bem e a lei é o resultado da razão de uma comunidade que procura a justiça, sendo que a conduta má só ocorre por ignorância, já que ninguém opta pelo mal, o mal é o resultado do desconhecimento do bem.
Na Idade Média, Santo Agostinho expõe que existe uma lei natural, fundada na arte da natureza; essa lei é a lei do amor e da bondade, é universal e imutável e todo ser humano deveria conhecê-la e observá-la, essa lei constitui a virtude da justiça. Tomás de Aquino diz que justiça é dar a outrem o que lhe é devido, segundo uma igualdade, objectivando sempre o bem comum, que é a justiça social ou geral.

Aristóteles pôs o conceito de felicidade como o ponto central de sua ética. O homem deve atingir a felicidade; além disso, Aristóteles também considerou a justiça uma virtude, embora com bastante diferença do conceito platônico.

Conceito Justiça no Livro Alice Pais das Maravilhas

Partindo do principio que a Justiça é uma virtude moral que inspira o respeito pelos direitos de cada pessoa e a atribuição do que é devido a cada um.

Neste livro, a ideia de justiça vai-se modificando de personagem para personagem e de situação para situação, não sendo um conceito fixo para todos.

 Durante a leitura do livro “Alice no país das maravilhas” podemos deparar-nos com variadíssimos conceitos de justiça. O conceito de justiça no mundo de Alice, é uma acção exercida por alguém superior a todos, sendo neste caso o rei ou a rainha é que decidem a condenação do sujeito e não utilizam o grupo de Jurados para ajudarem estes a chegar a uma decisão.

Na minha opinião, as técnicas jurídicas utilizadas nesta obra são de certa forma injustas e egoístas. Esta liberdade que O Rei e a Rainha de copas possuem na obra, vai permitir que estes “inventem” as leis que quiserem sem consequências para condenar o sujeito. Penso que  o autor quer de certo modo fazer uma crítica ao sistema de justiça da sua época e do seu país, pois este diz que o rei não devem ter o poder absoluto porque assim este pode fazer o que lhe apetecer, agindo conforme lhe apetece acusando injustamente a pessoa em questão, que normalmente não tem poder nenhum.

Comparando ambas:

Desde os primórdios da civilização, a temática da justiça acompanha a espécie humana. Talvez seja um elemento natural aspirar ao que seja justo e ao que seja ético. Entretanto, paradoxalmente, a mesma sociedade que aspira pela justiça age por vezes injustamente. No mundo real a definição de justiça é oposta à do país das Maravilhas que representa a imaginação de Alice, no mundo real a justiça é uma coisa boa que geralmente é feita para combater legalmente o mal ou uma má acção que alguém cometeu e pela qual se deve ser acusado e consequentemente assumir as suas consequências, poderei concluir acima de tudo que existe uma evolução e uma adaptação aos tempos deste conceito, mas continua tudo muito subjectivo.

Afonso Pedroso Nº1 / 10ºD

A ideia de justiça em Alice no país das Maravilhas


Alice no pais das maravilhas é um livro escrito por Lewis Carrol,  foi publicado no séc.XIX e é considerado uma obra clássica na literatura inglesa. A história fala sobre uma menina chamada Alice que ao seguir um coelho branco cai para um buraco que a direcciona para o país das maravilhas, um mundo da fantasia, repleto de criaturas irreais alguns animais, outros baralhos de cartas.

Neste texto eu falar sobre a ideia de justiça, uma ideia diferente e peculiar face a nossa ideia de justiça.  Desde de o inicio do livro, terceiro capitulo, nota se os ideais que são usados no país das maravilhas. Onde a Cadela Fúria acusa injustamente o Rato de lhe ter roubado e diz se juiz e jurada( ou seja um julgamento justo não acontece aqui, nem ao longo do livro) e da também a sentença, comer o Rato, ou seja, a Fúria sentencia de acordo com os interesses dela e não de uma maneira justa e correcta. Aqui neste capitulo também se nota outro tópico importante a referir em Alice no país das Maravilhas que se relaciona com a ideia de justiça que é o Exercício de poder pois a Cadela Fúria tira proveito de ser mais forte que o Rato se não já não o julgava e condenava.
No tribunal, capitulo onze e doze, onde o Valete é acusado de roubar as tartes da rainha e apesar de não terem provas de ter sido ele, a rainha e o rei tentam incrimina-lo e condena-lo á morte. É aqui que se demonstra claramente os ideais de justiça em Alice, onde o juiz é a personagem o Rei e os jurados são criaturas mais concretamente animais que se portam como pessoas normais do quotidiano. Neste tribunal, nota se alguma anarquia pois estão todos a falar e está uma grande confusão. As ameaças do rei são de difícil concretização pois ele ameaça constantemente as testemunhas mas nunca as concretiza, o poder judicial e o poder politico o rei tem o poder de ambos, ou seja tem um grande controlo sobre as criaturas no país das maravilhas.
Estes critérios são diferentes dos que nos usamos, pois no livro existe um grande excesso de arbitrariedade e prepotência,  pois este tribunal tem alguns traços de anarquia e há um grande abuso de poder como se vê em certos acontecimentos no livro, como as ameaças da rainha e do rei hás testemunhas e também a Cadela Fúria por ser mais forte que o Rato abusa do poder que tem.

Estes ideais de justiça de Lewis Carrol faz nos reflectir sobre se o mundo em que nós vivemos, aparte das criaturas imaginárias e acontecimentos impossíveis e irreais no nosso mundo, é assim tão diferente do nosso? Será que os poderosos como os políticos, altos cargos em empresas,figuras publicas exercem poder e influenciam os juízes e jurados? Será que por se ser uma pessoa igual as outras mas porque aparece na televisão como politico e tem um alto cargo na sociedade consegue influenciar a justiça? Cada um tem a sua opinião.
Sebastião Mendonça nº22 

A Justiça na Alice no País das MAravilhas

"Alice no País das Maravilhas" é um livro escrito no séc. XIX dirigido para crianças. No entanto, quando estava a ler este livro, surgiu-me uns quantos problemas, no qual incluí-se a teoria da justiça, que eu irei falar nesta minha dissertação.
Neste livro, a justiça não é igual ao que nós estamos habituados, pois esta justiça é muito injusta, como se pode ver em situações ao longo da obra, como por exemplo, no julgamento do Rato com a Cadela Fúria.
Neste julgamento, a Cadela Fúria culpa o Rato de um crime que ele não cometeu só para conseguir uma boa refeição e como a Cadela Fúria diz ser a juíza e a jurada, o rato não tem como se defender desta injustiça.
Só neste julgamento reparamos em duas situações da teoria da justiça da obra de Lewis Carroll. Uma dessas situações, é quando o Cadela Fúria culpa o Rato, que é inocente, de um crime só para comê-lo usando partido de ser mais forte e maior que o Rato. Também reparamos que a Cadela diz que é a juíza e jurado durante o julgamento, portanto o Rato, sem qualquer maneira de se defender, é considerado culpado logo desde do início do julgamento.
Este julgamento é só uma situação, pois, ao longo da obra encontra-se outro problema parecido com este, como no julgamento do Valete.
 Neste julgamento, Valete é acusado de roubar tartes à Rainha e sem provas concretas que foi o Valete a roubá-las, os Reis abusam do seu poder para culpa-lo.
Nesta obra,” Alice no País das Maravilhas”, eu conclui que o que interessa é quem tem mais poder e não quem tem razão, ou seja, os Reis (que são as pessoas com mais poder, em principio) podem culpar quem quiserem apenas por não gostarem dessas pessoas, pois não é preciso provas para considerar os arguidos culpados porque as pessoas que têm mais poder são os juízes como os jurados.
Para concluir a minha dissertação, eu ponho estas questões: A justiça do nosso mundo é muito diferente que esta representada na obra? Ou é igual, onde os mais poderosos é que ditam quem são os culpados?
A minha resposta para isso é muito clara: Eu espero que seja muito diferente à que está representada nesta obra e que não sejam os poderosos a governar a justiça como querem.
  
   
Filipe Elvas nº 11 10ºD

Texto sobre a obra de Alice

“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”
A Ideia de Justiça
Com base na obra que foi, por nós, lida e estudada (“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”) muitas conclusões foram discutidas ao longo do 2º período deste ano lectivo. Algumas dessas ideias fundamentais foram: a Ideia de Justiça (no Mundo de Alice em comparação com o nosso), Exercícios do Poder, Relação do Sujeito de Alice consigo própria e com os outros, entre outros. Seguindo as ideias que foram abordadas vou escrever sobre a Ideia de Justiça.
No terceiro capítulo da obra, designado por “Uma corrida eleitoral e uma história comprida”, Alice depara-se com várias personagens: o Rato, Dodó (uma ave), o Pato, a Arara, a Águia e outros “estranhos, maldispostos e desconfortáveis” pássaros. Depois de ter saído do lago formado pelas suas próprias lágrimas, Alice junta-se com estas “criaturas”. Entretanto, Dodó decide fazer uma “Corrida Eleitoral”, a qual consiste num desafio sem regras e sem normas, apenas constituído pela vontade de cada um e que faz com que todos os participantes saiam vitoriosos e ganhem prémios. Foi Alice que, após a corrida, distribuiu os prémios (bombons) por todos.
De seguida, o Rato, personagem que se tinha encontrado com Alice na cena do lago, decidiu contar uma história “secante” para ajudar as personagens a secarem. É nesta passagem que a ideia essencial do terceiro capítulo da obra se ilumina. A história desta personagem consiste na Ideia de Justiça. Esta não é representada como o respeito à igualdade de todos os cidadãos (em todos os sentidos) mas sim como a verdadeira injustiça. Em vez deste conceito ter o objectivo de manter a ordem social através da preservação dos direitos em forma legal e na sua aplicação em casos específicos, baseia-se apenas na pura desigualdade, incompreensão, desrespeito e maldade. Torna-se no seu contrário. Portanto, poderá dizer-se que a ideia de Justiça contida nesta história corresponde à Ditadura e não à Democracia que vivemos actualmente.
Dado a obra que é, os termos Justiça e Injustiça, Democracia e Ditadura, Igualdade e Desigualdade, são representados de uma forma indirecta. A Justiça corresponde ao Rato e o seu oposto à Fúria. Este ideal é representado sob forma de um poema, o qual tem algumas passagens que exigem uma certa interpretação e comparação com estes conceitos.
Uma delas é “Vamos ao tribunal para te condenar por injúria capital. Não podes negar, temos de te julgar porque a manhã é bela, e tenho muito vagar”. Aqui a ideia de Justiça é completamente posta de parte. À sua maneira e em jeito de ordem, a Fúria quer insinuar ao Rato, que este deve ser condenado por algo que não cometeu e que esta decisão não pode ser, de modo algum, contrariada. O Rato não tem qualquer opção de escolha e qualquer argumento contra esta decisão pois neste regime não é tido em conta a opinião do acusado. A personagem tem de ser mesmo condenada pelo poder superior. Esta passagem baseia-se apenas no “quero porque quero”. Aqui, a liberdade apenas pertence à Fúria e não aos que a rodeiam.  
Outra passagem fundamental é “Disse o rato pr’á cadela: Nenhum auto resultaria de tanta balela; sem jurado nem juiz, de nada te serviria. Nesta frase, pode-se observar que o Rato é uma personagem com algum carácter e determinação pois resiste à força superior que lhe é imposta. Mas nada lhe serve pois a Injustiça possui o poder extremo e, devido ao seu interesse (comer o Rato), avança com a sua ideia e toma a decisão definitiva: “Serei juiz e jurada, disse a Fúria endiabrada, pois era ideia dela comê-lo de cabidela ou senão de caldeirada”.
Comparativamente ao Mundo Real, esta forma de ver a Justiça não está completamente ausente, pois este ideal ainda permanece. Como já referi, assemelha-se bastante ao regime ditatorial. Quantos países foram, de certa forma, invadidos por esta política. As situações vividas no tempo da Ditadura ficaram na História da Humanidade e, por isso, são recordadas pelos demais. Apesar de alguns países ainda estarem sob a Ditadura, basta esta já fazer parte da nossa existência, conhecimento e até pensamento para ter uma marca de presença na actualidade.
Penso que cabe a todos nós contribuir para a Justiça Mundial. Sem ela, como poderemos viver em paz? Como teremos o direito de pensar por nós próprios? Ter a liberdade de expressão, permissão para reagir ou até possuir apenas a segurança a que temos direito quando passamos numa rua escura a meio da noite? Teremos sim os nossos direitos, mas não todos. Acredito que se algum dia a Paz Mundial prosperar, que será de nós quando não teremos objectivos para lutar contra o mal. Aliás, a maldade existe e vai sempre marcar presença. Quer nós queiramos ou não, a injustiça que nós não desejamos, a maldade, a incompreensão e o desrespeito vão sempre estar em alguns de nós. É por isso que digo que cabe a nós contribuir para a nossa igualdade e direitos e não alcançá-la por completo, porque apesar de tudo ser possível, penso que não à luta que resista à própria Natureza e Liberdade Humana.
Na minha opinião, devemos alcançar aquilo a que temos direito, incluindo a nossa dignidade e existência como pessoas, mas seremos também capazes de aceitar a Realidade e o Mundo em que estamos inseridos, pois nem o “País das Maravilhas” não é tão maravilhoso e justo como deveria ser.

Trabalho realizado por Rita Matos nº21  10ºD

Justiça cega.

“Alice no País das Maravilhas” é um livro de Lewis Carroll é um livro aparentemente para crianças, no entanto ao longo da obra surgem diversos problemas que suscitam a curiosidade do autor e que podem ser analisados e tratados. Nesta dissertação eu vou tratar de um dos problemas fulcrais do livro, a justiça.

A justiça em “Alice no País das Maravilhas” difere em muito da justiça à qual estamos habituados no nosso dia-a-dia devido à forma como é exercida. Ao longo do texto deparamo-nos com acções em que somos confortados com a justiça e conseguimos reparar que os métodos utilizados diferem totalmente dos reais. Não existem nem juízes nem jurados e a justiça é completamente imparcial pois ganha que mais poder mana, não interessa quem cometeu o crime pois nem provas existem é a pessoa que tem mais poder que dita o julgamento do culpado. Logo não estamos perante uma justiça autêntica pois uma justiça autêntica deve ser imparcial e incorruptível. Existe ainda uma outra hipótese que é alegar que em Alice não existe justiça.

O primeiro momento do texto em que somos confrontados com a justiça é quando o rato é julgado pela cadela fúria. Logo neste primeiro julgamento o rato é injustiçado pois acusam-no e culpam-no de algo que não fez. A cadela fúria neste caso a juíza e a jurada aproveita-se da sua estatura física para se sobrepor sobre o rato que é um ser mais fraco.

No momento do julgamento do Valete somos outra vez confrontados com uma justiça cega. O Rei e a Rainha de Copas encontram-se perante uma sala cheia para condenar o Valete, no entanto estes não têm provas e não seguem a ordem normal de um julgamento limitam-se a abusar do seu poder para culpar alguém seja este inocente ou não.

Como já referi antes esta justiça é irreal no entanto hoje em dia a justiça em Alice difere menos da realidade. Cada vez estamos a ser mais confrontados com uma ideia de justiça dominada pelo poder e pelo dinheiro. Será que a justiça em Alice é assim tão diferente da nossa?

Henrique Olim Cardoso Nº12 10ºD

terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma Justiça Pouco Justa

O livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, levanta uma enorme variedade de “problemas”. Na altura da leitura do livro, o tema que mais “problemas” me suscitou foi o da justiça. Deste modo, a minha reflexão irá incidir sobre o tópico da justiça.
“Alice no País das Maravilhas”, um livro, só à primeira vista, para crianças, apresenta uma ideia de justiça muito peculiar. O princípio de justiça em “Alice no País das Maravilhas” está presente ao longo da acção, mas mais evidente em duas situações específicas: a primeira, no julgamento do Rato, em que a Cadela Fúria é juíza e jurada, e a segunda, no tribunal, no julgamento do Valete.
Na primeira situação, a teoria de justiça é tratada como um meio para a Cadela Fúria alcançar o seu principal objectivo - comer o Rato. A Cadela Fúria serve-se da teoria de justiça, deturpando-a, para julgar o Rato de um crime que este não cometeu. É um julgamento em que a Cadela Fúria faz os papéis de juíza e jurada e em que o Rato é considerado, logo à partida, como culpado. Denoto a presença de uma enorme prepotência, na medida em que a Cadela Fúria aproveita a sua condição de maior e mais forte para se alimentar de um animal menor e mais fraco, pondo, então, em prática as teorias darwinistas, ou seja, a prevalência do mais forte sobre o mais fraco. As teorias darwinistas podem ser também aplicadas, embora de diferente forma, à vida em sociedade. Fala-se, então, de um “darwinismo social”, muito evidente no julgamento do Valete.
Na segunda situação, no julgamento do Valete, o Rei e a Rainha de Copas abusam do seu poder, da sua autoridade e da sua elevada posição hierárquica para julgar e punir os seus súbditos, de uma forma, completamente, arbitrária. O principal interesse do Rei e da Rainha de Copas é punir alguém, seja esse alguém culpado ou não. Fazem uso da sua liberdade de escolha para decidir quem, conforme a sua vontade, deve ser julgado e punido. Não importa se houve, efectivamente, alguém a cometer algum tipo de infracção, importa apenas que alguém, culpado ou inocente, seja acusado e condenado.  Para o Rei e para a Rainha de Copas, importa, sobretudo, que haja crimes e julgamentos, discussões e confusões, arguidos e público para assistir aos julgamentos. Apesar de ser para mim uma total perda de tempo, para eles, tudo isto importa, nem que seja para demonstrar e fazer valer o seu poder e a sua autoridade. É um procedimento sem base na lei, um capricho, no qual a Rainha de Copas, uma espécie de “dama de ferro”, exerce os poderes político e judicial sob a forma de uma ditadura. Esta justiça, baseada nos pressupostos de arbitrariedade e prepotência, é o tipo de justiça vigente nos regimes autoritários como é o da monarquia (absoluta). É uma sociedade onde os ideais democráticos e liberais não têm lugar. Num regime monárquico autoritário como este, o Rei/a Rainha detém os poderes judicial e político, correndo-se o risco de os dois interferirem um no outro. Ora, num estado democrático como o nosso, estes poderes têm, obrigatoriamente, que ser separados, ou seja, exercidos por órgãos diferentes e autónomos.
Fala-se, portanto, de uma justiça sequestrada, condicionada, desvirtuosa, corrompida, ilusória, parcial. Fala-se, no fundo, de uma “justiça pouco justa”. Uma justiça que não foge ao contexto daquele lugar: uma justiça extraordinária, irreal. Percebe-se que a teoria de justiça não está em conformidade com a verdade, ponto fulcral de uma justiça autêntica, servindo de intermediária para a realização dos interesses pessoais dos mais fortes ou poderosos. Uma justiça autêntica deverá ser, portanto, uma justiça verdadeira, imparcial, incorruptível.
Toda esta metáfora introduzida, brilhantemente, por Lewis Carroll, remete a minha atenção para a justiça dos dias de hoje. Será a justiça dos dias de hoje semelhante à justiça presente em “Alice no País das Maravilhas”? Será a justiça dos dias de hoje dominada pelos mais poderosos e influentes?

J. Aragão

Justiça e Identidade

Reflexão (c/ Alice no País das Maravilhas) - Justiça e Identidade

Alice no País das Maravilhas é um livro escrito Lewis Carol, onde são levantados uma quantidade de “problemas”. Nesta dissertação, vou falar de vários problemas que poderão passar por: a ideia de justiça, exercício(s) de poder, relação do sujeito (Alice) consigo próprio e com os outros, modos de interpretar palavras, as palavras não são usadas sempre de acordo com os respectivos significados, repercussões dos usos de palavras e metamorfose(s) que acontecem ao longo da acção da obra.
                No que conta à justiça em Alice no País das Maravilhas, deparamo-nos que ao longo de todo o texto, a justiça está completamente injusta. No fundo, os métodos tradicionais utilizados na justiça dos nossos dias, que sabe-mos que é constituída por juízes, jurados e tem que ter pelo menos algumas provas que consigam fazer isso mesmo, provar, que o sujeito que está a ser julgado, não existem ao longo do história. Podendo-se dizer então, que em Alice no País das Maravilhas, a justiça é baseada no tamanho em termos físicos da personagem que está a julgar a outra, ou seja, no fundo, quem for maior e mais forte, consegue ter um total domínio sobre o sujeito que está a ser julgado, a isto chama-se: prepotência. Ao longo de todo o texto, reparamos neste género de julgamentos, em que não interessa nada mais, nem a existência de provas nem factos que consigam realmente provar se o sujeito cometeu ou não a injúria.
                Eu penso que este tipo de julgamento está obviamente e redondamente errado, no fundo, baseado nos dias de hoje, eu nunca iria acreditar e utilizar este método para resolver um problema, para julgar alguém, para utilizar num julgamento, penso que, com a evolução do mundo, do antigamente para agora, tudo tem mudado, e a justiça é feita com mais justiça. No fundo o que quero dizer, é que temos uma justiça mais justa nos dias que correm, que consegue atribuir a sentença a um culpado, apenas quando ele o é, apenas quando ele cometeu verdadeiramente o crime, utilizando para isso o juiz, provas e falando com testemunhas que tenham visto o que realmente aconteceu, entre muitos outros pontos essenciais no decorrer normal de um julgamento de hoje em dia, na maior parte dos lugares do mundo.
                Quanto às questões existenciais que alice coloca ao longo de todo a história, tenho a dizer que apenas o faz, porque ao longo da sua vida e no decorrer dos acontecimentos, Alice vai mudando de forma e feitio constantemente. Geralmente, esse acontecimento ocorre quando Alice ingere um alimento, por exemplo, estando então sempre sujeita a modificar involuntáriamente ou seu aspecto, ora hoje é grande, amanhã é pequena, e assim por diante, representando até por vezes várias partes do seu próprio corpo, como uma cabeça, por exemplo.
No fundo Alice, questiona-se acerca de quem é, como é óbvio  dado que, uma pessoa que muda constantemente a imagem corporal e física que oferece aos outros, acaba por mexer também também no seu interior, nos seus sentimentos, na sua identidade, existencialista  Estas transformações eram sempre involuntárias, bem como nunca esperadas, ou seja, Alice não sabia quando iria mudar e se transformar, e mesmo depois disso, amedrontava-se perguntando se aquilo em que ela se transformou era algo bom, com bom aspecto, atraente e bonito, ou mau, com mau aspecto, nada atraente e feio. No fundo, Alice conseguia demonstrar o seu desagrado quando o seu novo aspecto era mau e feio, ela não gostava, e começava a perguntar a si mesma, após imensas transformações, quem ela realmente era, dado hoje ser uma coisa e “amanhã” outra. Alice não gostava de se estar sempre a transformar, mas nada ela poderia fazer, pois essas suas constantes transformações eram involuntárias e nunca espectáveis o seu resultado.

Tiago Oliveira, nº24, 10ºD

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas

No livro “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” surgem uma variedade de problemas, sobre os quais vou falar.
Um dos problemas retratados nesta obra é as mudanças ao nível físico e intelectual que Alice sofre. Durante todo o texto Alice tenta responder a perguntas do tipo: Quem sou eu? O que sou eu? Como sou eu? A maneira de interagir consigo própria e com os outros vai-se alterando, mas ainda assim evoluindo. No início da obra Alice ao encontrar-se com outros personagens, tentava meter sempre conversa, acabando constantemente por falar de assuntos incómodos aos outros. Já para o fim da obra, percebe-se que Alice evoluiu psicologicamente e que agora já consegue conter-se, de modo, a não falar de certos tópicos que podiam magoar as pessoas com quem fala. Chego portanto à conclusão que Alice está na passagem da infância para a adolescência e está a passar uma série de transformações físico-biológicas, pois para além das mudanças intelectuais de Alice, a mesma ia mudando de forma e tamanho.
O outro problema sobre o qual vou falar, é a ideia de justiça presente no livro. Aqui, a forma de justiça é um pouco diferente do habitual, apesar de não ser uma ideia nova, pois este modo de pensar já existiu.
Neste livro, a verdade não é tida em consideração e a justiça aqui não é utilizada para fazer justiça, mas para condenar alguém para proveito próprio. Esta forma de ver as coisas é como a lei do mais forte, como acontecia antigamente na Alemanha e na Rússia, onde para simples proveito, se podia incriminar qualquer pessoa, pois apesar de lhe ser atribuída uma oportunidade de se defender, esta era simplesmente ilusória, pois a sentença estava já feita antes do próprio julgamento. Isto acontece tanto na história do rato sobre a razão de não gostar de gatos nem de cães, como no habitual dia-a-dia da rainha.
Este livro é portanto uma obra que retrata uma grande variedade de problemas que podem ser interpretados de várias maneiras, chegando-se a uma enorme quantidade de conclusões.

Ricardo Pereira nº19 10ºD

A justiça dos injustiçados


Para falar de justiça em Alice a primeira coisa a dizer é que é esta aplicação de “leis” não é justa, quando comparada com o que nos é quotidiano, pelo menos como é exercida, pois a parte de que os mais fortes/ com mais poder vencem sempre sobre os mais desfavorecidos, o torna-a desigual.
 Uma justiça com poucos objectivos nunca pode ser racional, pois o que importa é a condenação, pela condenação em si e não pela justiça.
 Uma outra perspectiva é a de que aqui não existe justiça, não deveríamos chamar a isto justiça, se apenas considerarmos justiça como algo que tenha um sentido.
 No entanto se considerar que aqui existe uma espécie de justiça, devo salientar também que os julgamentos são desordenados e quem os comanda não toma atenção aos normais procedimentos para que tudo corra bem, mesmo sendo quem assume a posição mais alta da hierarquia. Por incrível que pareça, quem corrige esta pessoa (o Rei) é alguém de escalão inferior.
  Tanto no julgamento em tribunal como no jogo de “croquet” em que a rainha ordena que se cortem cabeças aleatoriamente e constantemente a justiça funciona como uma ditadura, do ponto de vista em que o que o “juiz” toma como decidido tem obrigatoriamente de ser executado, mesmo que a maioria não concorda.
 Não importa quem cometa as infracções apenas que alguém seja acusado e condenado.
 Importa sim que hajam infracções para serem julgadas, que haja discussão, confusão, culpados, nem que seja só para perder algum tempo, em resumo, algo que nunca aconteceria no mundo a que estamos acostumados.
  Uma prova de que a justiça presente não consegue obter quaisquer resultados e que todos os julgamentos são puro teatro é porque como afirma o grifo as condenações nunca são levadas a cabo.
Trata-se portanto de uma justiça extraordinária, no sentido da irrealidade, mas também pelo facto de nada ser consensual, as personagens fazem da justiça e com a justiça o que querem, consoante o proveito que tiram da mesma.

Mas pode tudo isto ter algum significado?

 O autor pode-se ter aproveitado desta situação jurídica extrema para fugir um pouco à realidade de forma a fazer com o leitor se aperceba dos aspectos menos bons que nos rodeiam.

 Será que não encontramos em “Alice no país das maravilhas” alguns aspectos verídicos do nosso quotidiano?

 O autor pode querer fazer ver que está saturado da sua vida, fazendo com que o livro seja o seu escape, mas ao mesmo tempo não deixa de nos por à prova, no sentido de conseguirmos tirar conclusões mesmo numa desordem como aquela.

 Pedro Tomé Nº18 10ºD

Alice no país das maravilhas

                                         Incoerência do actos humanos
Ao lermos “Alice no país das maravilhas”, aparetemente um livro para crianças, apercebemo-nos das várias fases que esta “criança” vai passando ao longo da história, “Alice” passa por grandes constrastes de emoções, ora muito feliz, ora muito triste, entre outras situações. Este livro incide sobre vários problemas que nos deparamo-nos actualmente, podem ser exemplos destes problemas : a teoria de justiça presente, a incoerência entre o diálogo das personagens, e também o contraste entre o sonho e realidade.
A minha reflexão irá incidir, sobretudo na incoerência dos actos humanos. Como mostra Alice, por vezes as personagens quando estão a falar proferem frases que aparemente não tem nada haver com o assunto, mas se explorar-mos o assunto iremos perceber que certas frases não são assim tão diferentes do tema principal. Um exemplo disto, quando o gato cheshire diz “somos todos loucos aqui”, no meu ponto de vista esta frase pode ser entendida como a incoerência dos actos humanos. Ou seja, quando nós agimos de forma dita “fria” em determinados assuntos, quer dizer sem reflectir para ver qual será a melhor solução para o nosso problema, podemos agir de forma incorrecta com os outros, sem terem culpa. E quando percebemos, que estavamos errados, já estamos longes de tentar explicar a situação que se passou para termos reagido de tal forma. Mas, eu acho que isto acontece poucas vezes, pois os seres humanos, como seres racionais que são primeiro pensam nas açcões e nas reprecuções que as acções podem tomar só depois é que agem.  O quê que é, então a coerente ou a incoerente ?
Para responder a esta pergunta podia fazer isto da maneira mais simples que há, que era ir ao dicionário e copiar as dezenas de definições que existem para estas palavras. Mas, não, vou tentar definir estas palavras através da história. Por exemplo, no capítulo VII, quando Alice é bombardea por enigmas, estes parecem incoerentes ao início, ou seja, não fazem sentido, se “perdemos” um bocado de tempo a tentar analisá-los, vê-mos que não são assim tão despropositados e incoerentes. Estes enigmas podem representar a forma como temos de agir, que á partida parece que tudo é fácil de agir e escolher o “caminho” que devemos seguir, mas não, as situações analisadas, de forma mais demorada, mostram-nos que existem vários caminhos que tem várias qualidades, mas também têm vários incovinientes. E são estes inconvinientes que nos levam a escolher umas coisas, em detrimento de outras… Deste modo tentei definir, incoerência, mas agora falta coerência, que se encontra a seguir ( introduzida por uma pergunta retórica ).
Mas como será que devemos agir, então, para os nossos actos serem considerados como “coerentes”?
Eu acho que esta é uma pergunta que é muito dificil de se responder, pois é muito vaga, e quanto mais vaga é uma pergunta, mais dificil é responder á mesma. Por outro lado, é difícil responder, porque o agir humano não tem regras restritas, e cada pessoa é livre de fazer aquilo que quer, ( não se esquecendo que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros )  que  torna ainda mais complexa a questão, por outro lado, porque todos somos diferentes e temos perspectivas muitos diferentes de ver a mesma questão, mas também porque ao longo dos tempos, à medida que vamos crescendo, vão-se abrindo novos horizontes, o que dá origem as novas perspectivas sobre os mesmos assuntos.
Por outro lado, quando agimos devemos ter em atenção, a(s) pessoa(s) com quem estamos a agir, o que nós achamos que elas são, e o que elas são realmente, ou seja, o confronto entre o “sonho e a realidade”, que também está presente em “Alice no país das maravilhas”, quando as personagens não agem do modo que Alice desejava que elas agissem, e Alice para defender disto, ou seja, para se defender do confronto sonho/realidade diz que eles não passam de um baralho de cartas.
 O que eu quero aqui explicitar é o modo como as pessoas agem nem sempre é igual ao modo como as pessoas são, porque, por vezes, devido a factores atípicos para nós, que até podem ser comuns para os outros, agimos de forma bastante diferente.
  Ou seja, isto tudo para dizer que, nem tudo o que fazemos tem de ter uma lógica muito certinha e quando agimos de uma maneira e esperamos que o outro pratique uma acção de determinada maneira, não nos podemos esqueçer do factor supresa. O exemplo, mais fiel deste exemplo é o do gato cheshire que abana a cauda quando está irritado e ronrona quando está alegre. Á partida, quando o gato está alegre devia abanar a cauda, daí eu falar em factor surpresa.
      Daí, eu dizer que Alice é um livro aparentemente para crianças, que na realidade, quando lido por adultos, pode dar origem a reflexões deste tipo, só que mais profundas.
Inês Moura, nº13

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Relação do sujeito (Alice) consigo próprio e com os outros

Como sabemos, Alice no País das Maravilhas é um romance escrito em 1865. Trata-se de uma história de uma menina chamada Alice que cai na toca de um coelho e a transporta para um lugar fantástico povoado por peculiares e antropomórficos.
Podemos dizer que neste lugar o extraordinário é normal.
Esta história revela uma lógica do absoluto, ou seja, a ideia de sonho, pois nós nos nossos sonhos também temos esse tipo de lógica porque nada faz sentido.
Neste livro, penso, que as variadas alterações que ocorrem a Alice, não só físicas mas também psicológicas fazem com que a sua atitude perante si própria e os outros mude.
Vai tomando várias atitudes em relação a si própria deste o início do livro até ao final.
Como podemos ver, em relação a si própria, Alice no segundo capítulo fica muito alta e depois volta a ficar muito baixa. Estas transformações físicas levam a que Alice fique bastante confusa em relação a quem era e para o descobrir começa a recitar poemas.
De uma certa maneira, ao longo do livro vamos concluindo que sempre que Alice está mais alta, sente-se mais ‘Alice’ e sempre que esta mais baixa, sente-se menos ‘ Alice’.
Ao longo do texto vemos que Alice não sabe quem é, e esta é uma das perguntas centrais no texto. Em relação aos outros ela sabia perfeitamente quem era, e que, como disse no último capítulo, ‘eles’  não passavam de um baralho de cartas, o que a torna bastante superior a todas as outras personagens do texto. Isto faz com que Alice tome uma posição de superioridade em relação a todos os outros que estavam naquela sala de julgamento.
 O problema é, consigo própria, pois Alice não se reconhece. Por outro lado, existe uma contradição pois no quinto capítulo, Alice ao ser acusada de ser uma serpente, defende-se dizendo que não é uma serpente mais sim uma menina. Por mais que ela tenha dito isso e que nos possa ter levado para uma contradição, este argumento só vem reforçar o facto de Alice saber quem era em relação às outras personagens.
Podemos concluir então dizendo que este tipo de transformações que Alice toma, podem ser uma forma de caracterização feita pelo narrador da adolescência, pois todos nós passamos por um conjunto de transformações que nem sempre sabemos o que poderão significar. Com essas transformações e situações criadas vamos crescendo e apreendo, neste caso são enigmas que nos são colocados e como podemos ver Alice amadurece bastante desde o início do livro até ao seu final.
Carolina Barros, nº9

Exposição/Reflexão sobre Alice no País das Maravilhas


Será Alice um livro para crianças?



Não sei se se deva seguir uma estrutura para escrever esta exposição, porque as maravilhas de Alice são espontâneas, repentinas e o que este livro tem de extraordinário é que as informações quase que são fornecidas à revelia do leitor. Estão escondidas. Mas não como no jogo. Em Alice não existe um "Rebenta a bolha". É um livro onde se passam sempre um turbilhão de aventuras. 
E que aventuras são essas afinal? Gatos que falam? Parvoíce...
Mas afinal o que significa isto? Este Gato, por exemplo? 
Não significa exactamente o que toda a gente persegue? Informações. Sentidos. Direcções. Como uma segunda voz que nos diga o caminho. Talvez se possa relacionar com a existência da religião ou de outros cultos. O sentido da vida é a busca de respostas. Tudo se resume a isso.
As direcções a tomar, as acções a realizar e as consequências que se podem esperar.
E o que podemos esperar de tudo isto? Alice trata-se de um conjunto de perguntas sem respostas evidentes. Mas, bem esmiuçado resume-se a um aglomerado de possíveis soluções, mas ao mesmo tempo aos entraves para a concretização das mesmas.

Um dos tópicos centrais para que a obra nos remete é o conceito e a questão de Justiça. Não seria coerente perguntar o que é a justiça. A quantidade de tentativas de resposta completamente certas é infinita. 
Alice no País das Maravilhas também joga muito com as palavras e com o sentido que lhe pode ser atribuído. A procura de um sentido num emaranhado verbal. Aí está outra vez a procura de um sentido. A Justiça está aí, precisamente. Um conceito de significado utópico, que se relaciona com o alcance imparcial e cego de uma maior igualdade.

Em Alice no país das Maravilhas a Justiça é praticamente inexistente. O apuramento da verdade não interessa e o interesse principal é a sentença.
"Deus deu-nos dois ouvidos e uma boca". Certamente que todas as personagens de Alice gostariam de fosse que ao contrário.

O que acontece com a cadela e com o Rato? A Cadela só está preocupada com a sentença do outro animal. Como pode então existir justiça se cada personagem quer agir à sua maneira. 
Outro ponto importante é que para existir justiça as condições para que seja aplicada têm de ser estandartes e não consoante o que acontece. Alice aproveita-se do facto de crescer para exigir uma justiça que lhe beneficie. Lógico que as coisas não podem ser assim no mundo Real, oxalá ele qual seja. Mas é claro. Este livro é uma prova de que a Lei do Mais Forte está sempre presente. As personagens aproveitam os seus pontos fortes para se colocarem sobre as outras. São usualmente aplicados exercícios de poder, tal como na vida. As relações que cada um tem com o outro são resultantes de uma (ainda que por vezes disfarçada) necessidade de vencer e mostrar superioridade. 



Ao longo da história, Alice é alvo de mutações que dependem do que come ou bebe. Na minha interpretação o autor aproveita para de uma forma bastante indirecta comparar "mutações" que todos nós desejaríamos ter consoante as acções que realizamos. Apenas usa exemplos bastante simples, como crescer e diminuir através do que come ou bebe. Mas se essas transformações fossem possíveis de que género seriam elas?

Quem não deseja ser mais forte em momentos de fraqueza, mais destemido e corajoso em momentos de decisão, menos sensível com situações de limite... Tudo. Todos nós temos os nossos "senãos". Na minha perspectiva o autor utiliza metáforas ligeiras para comparar e ilustrar estas situações.

Neste livro, vestido de Alice, Lewis Carrol não teme experimentar tudo. Contorna um dos problemas centrais desta obra: O problema de não saber quem somos... Quem nunca questionou isto a si mesmo?
Como sabemos quem somos?
Não seremos todos iguais?
Porquê?
Porque cada um de nós sabe que não é o outro. E como sabe? Não sabe, apenas o sente. Na seguinte passagem: "Além disso ela é ela e eu sou eu" Alice não sabe porque não é Mabel. Tudo indica que seja. Mas ela não quer. Ela sabe que não pode ser. E aí reside aquilo que nos torna tão diferentes uns dos outros e tão únicos. O desejo da diferença. A esperança. A capacidade de distanciamento e do poder de decisão própria. O poder da opinião. O poder de sabermos quem somos mesmo quando andamos de cabeça perdida. Porque ninguém sabe o que estamos a sentir. Às vezes nem nós próprios sabemos. Mas sentimos, temos consciência que somos nós e é isso que nos distingue. Não só das outras espécies como uns dos outros. Face a estes factos Lewis tem a oportunidade para experimentar qualquer pele, feitio, expressão, disposição.
Pode dar-se ao luxo de escolher como quer ser, as vezes que quer mudar, sem ninguém ter nada a ver com isso. Pode ir à procura do porquê. Afinal porque não sou a Mabel? Posso sê-lo. Ele tem a oportunidade de expor teorias e pôr à prova experiências que não pode fazer no Mundo Real. Daí a ideia do País das Maravilhas. Tudo neste livro gira à volta daquilo que é fictício, supostamente.

Supostamente…
E na minha opinião é esta a questão que fica no ar?
O que é o supostamente?
Alice é um livro para crianças?

Afonso Ramos Bento Nº4 10ºD

Os problemas no livro de "Alice no País das Maravilhas"

Eu quando soube que íamos ler este livro, quase que comecei a rir, pois pensei que fosse um livro apenas para crianças, sendo um “disparate” lê-lo… A verdade é que quando o professor referiu que íamos ler este livro, ele explicou o porquê, mas mesmo assim eu não mudei a minha opinião, ficando com a ideia de que ia ler um livro de crianças…
Ora, chegando ao fim do primeiro período e sabendo que íamos analisar este livro no segundo período decidi lê-lo durante as férias. Demorei cerca de três dias, chegando rapidamente à conclusão de que a história não fazia sentido nenhum e que era uma estupidez pois era apenas um sonho que Alice tinha tido. Conclusão esta, muito errada… Digamos que quando eu fui ler este livro tinha a mente fechada, quase como se não quisesse perceber. Decidi então começar a pensar nas razões que me levaram a pensar que a história não fazia sentido nenhum e rapidamente cheguei a um primeiro problema presente neste livro, a teoria de justiça.
Foi aqui que comecei a ver os diferentes problemas deste livro, descobrindo alguns mais tarde quando eu e a turma analisámos em conjunto.
O problema da justiça foi o que me suscitou mais interesse e mais necessidade de reflecção. A ideia de justiça neste livro é fora do normal, completamente diferente daquilo a que estamos habituados.
Para mim, quase que posso dizer que aquilo não é justiça, pois qualquer um faz o que quer sem pensar nas suas consequências. É uma justiça, na qual, cada um pode condenar quem quiser, seguindo-se pelos seus interesses e sem ter necessidade de preocupar-se com os outros. Se pensarmos no poema da fúria e do rato, facilmente podemos analisar a ideia de justiça neste livro. A Fúria condena o rato, sem razões, mas apenas com o interesse de comê-lo. Uma justiça movida por interesses? Poderá dizer-se que sim… É uma justiça em que há liberdade de se fazer aquilo que se quer sem preocupações. Analisando apenas a própria estrutura do poema, que é torta e é aos “s” conseguimos perceber que é uma justiça confusa e aleatória.
De forma resumida é uma justiça de meros interesses pessoas, na qual, a verdade pouco importa (pois como podemos ver no poema da Fúria e do rato, a Fúria condena o rato sem razões para isso, por isso é que digo que a verdade pouco importa).
Este problema da ideia de justiça remete para outro, o exercicío de puderes. Digo isto porque não há propriamente ninguém com mais poder que o outro. Vejamos, há uma rainha e um rei, a rainha mandava constantemente cortar cabeças, o que para além de não ser justo (vemos a aqui a tal ideia de justiça), acabava também por nunca acontecer. Por isto é que digo que ninguém tinha mais poder que os outros, pois cada um podia fazer aquilo que queria, mas nunca ninguém assumia verdadeiramente um poder superior.
Da primeira vez que se lê este livro estas coisas são um pouco estranhas, primeiro porque estamos habituado a viver numa sociedade onde há pessoas com mais poder que as outras e também porque, na minha opinião, justiça tem que ser igual para todos e tem que se seguir pela verdade.
Estas duas coisas levam-me a pensar que nesta história há um excesso de liberdade. Digamos que a liberdade é a máxima deste mundo extraordinário, é a regra de vida neste mundo. É uma coisa completamente diferente e estranha, pois no mundo em que nós vivemos, também temos liberdade mas não podemos fazer TUDO o que queremos, pois há CONSEQUÊNCIAS… No nosso mundo a nossa liberdade acaba onde a do outro começa.
Ainda nesta ideia de que as coisas não fazem muito sentido, temos outro problema, a forma de interpretar as palavras. Algumas vezes são uzadas de uma forma demasiado objectiva, outras vezes com um grau de subjectividade muito grande, mas na minha opinião não há grande repercussão no uso das palavras, tirando alguma discussões/confusões, mas de resto não faz grande diferença pois num mundo como este onde há tanta liberdade não é a forma de usar as palavras que vai fazer a diferença.
Ainda vou falar de resumidamente de outros dois problemas presentes neste livro, mas logicamente que podemos encontrar mais…
A relação de Alice consigo mesma e com os outros e as metamorfoses… Acho que estes dois problemas estão interligados por isso vou falar deles ao mesmo tempo. Digo isto pois Alice ao mudar de tamanho (metamorfoses) muda a sua relação com os outros e isto também porque as pessoas olham para ela de maneira diferente. Com as transformações passa por ter uma personalidade mais forte, depois mais fraca, tal como as pessoas ao vê-la com tamanhos diferentes, podem ter medo, ou não, ou simplesmente mais ou menos respeito por ela. Não tenho muito a dizer sobre a relação dela com os outros, era basicamente isso. Mas as transformações fazem com que Alice fique muito confusa, mudando de disposição, maneira de ser e de relacionamento com ela própria, isto porque, ao mudar de tamanho deixa de ter a certeza se é ela própria, o que a leva a ter diversas atitudes como chorar e ralhar consigo própria.
Voltando à parte inicial do meu texto e para concluir quero que fique esclarecido, que por mais que possa parecer um livro apenas para crianças, não é… É um livro muito interessante, com diversos problemas, que nos obrigam a pensar e a reflectir e isso sim é um livro…

Mark Alexandre Vaz nº17 10ºD