quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Anagnórise e Conhecimento - Pedro Tomé

Anagnórise ou reconhecimento na tragédia consiste numa mudança marcada pela passagem do vazio ao saber, pelo desenvolvimento do espírito e da autoconsciência através de ações que ocorram na tragédia.


 Por assim dizer, reconhecimento não é mais do que o processo em que se passa da ignorância ao conhecimento de determinado assunto. Esta passagem, pode ter sido originada por variados motivos. Como diz Aristóteles "A mais bela de todas as formas de reconhecimento é a que se dá juntamente com a peripécia, como, por exemplo, no Édipo." Esta forma de reconhecimento dá-se através da vivência de uma situação concreta para a qual estabelecemos uma constatação, conduzida por um raciocínio, para o qual aquele primeiro momento é essencial, indispensável e involuntário. Tal como quando vemos um pássaro a voar numa tranquila paisagem e este de repente é colhido por uma outra ave de maior porte que lhe retira a vida. Uma possível intriga que nos possa surgir após semelhante episódio é sobre o conceito de morte. É por isso uma experiência de pura espontaneidade que carece de iniciativa e aconselhamento.  


 Este conceito, aparece na tragédia normalmente associado à identificação de uma nova personagem. Quando numa ação alguém antes oculto surge na vida da personagem ou por vezes até mesmo quando é a sua própria entidade que é descoberta, dá-se um fenómeno de interiorização. A meu entender, a razão pela qual este conceito de anagnórise aparece na tragédia diz respeito à caraterização da consciencialização, existindo portanto uma estreita relação entre a aparição de uma nova personagem e descoberta de novos conhecimentos.

 Pedro Tomé Nº17 11ºD

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