Alunos do 12ºD, da Escola Secundária Quinta do Marquês, em Oeiras,no ano lectivo de 2012-13
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Apresentação oral de “Rei Édipo” de Sófocles
Há três grandes dramaturgos que se associam àTragédia Grega: Ésquilo, Sófocles e Eurípides
Sófocles - Nasceu no ano 496 a.c. em Colono, que fazia parte de Atenas. Foi um dramaturgo grego, autor de várias tragédias. Muitas delas perderam-se.Das sete peças completas, que chegaram ate aos nossos dias,as mais conhecidas são: Rei Edipo, Edipo em Colono e Antígona.
A tragédia grega tem uma determinada estrutura com 5 partes: o prólogo que é o discurso que apresenta a entrada do coro, o párodo que é a entrada solene do coro na abertura da peça,depois os episódios que constituiem o desenvolvimento da peça e sao interrompidas por estásimos, que sao cantos corais que permitem a separação da acção em vários episódios.A última parte é o êxodo em que o coro sai.
O “Rei Edipo” foi escrito em 427 a.c.
No prólogo ficamos a saber que o povo de Tebas está a sofrer uma grave crise, em que a doença, a peste, a fome, a miséria e a morte reinam sobre a cidade.O Rei Edipo vai ter com o Sacerdote que lhe diz que o povo está desesperado e que precisam da sua ajuda. Como Édipo já salvara a cidade de uma maldição, libertando-a da Esfinge e do seu Enigma, e por isso se tornou rei, agora seria novamente a pessoa indicada para auxiliar a cidade nesta grave situação.
Edipo diz que já enviou Creonte, seu cunhado, para consultar o oráculo de Delfos.Creonte chega e conta a Edipo o que Febo (Apolo) disse: A situação só se resolveria se fosse descoberto o assassino do anterior rei, Laio, misteriosamente assassinado antes da chegada de Edipo à cidade.Este crime continuava por ser resolvido e o seu autor ou autores estariam ainda em Tebas. Seria este o verdadeiro motivo da maldição que se abatia sobre a cidade.
Edipo ao ouvir isto decide reabrir o caso deste assassínio e vai tentar resolvê-lo.
No Párodo ouvimos o lamento do coro a pedir ajuda aos deuses pois Tebas está amaldiçoada – “nem os filhos desta terra crescem, nem das dores lancinantes do parto se reerguem as mulheres...os tenros filhos por terra jazem moribundos,as mães junto aos altares...vão gemendo súplicas...”
No 1º episódio Edipo dirige-se ao povo pedindo que o ajude a encontrar o ou os culpados do assassínio de Laio.Quem disser a verdade não será punido,mas quem ocultar o que sabe será ou morto ou expulso de Tebas para sempre, sendo afastado da vida religiosa e social e proibido de falar com os outros
Um vidente cego, chamado Tirésias, diz, depois de muita insistência de Edipo, que o assassino de Laio é o próprio Edipo. Este, ao ouvir isto, expulsa-o, mas antes o adivinho afirma ainda que o verdadeiro assassino de Laio se encontra ali e que o autor do crime não é nenhum estrangeiro mas alguém nascido em Tebas. O autor do crime ficará cego e mendigo, partirá para longe, e será revelado que é irmão e pai dos seus próprios filhos, filho e esposo da mulher que o gerou e assassino do seu próprio pai.
Estásimo I
O coro mostra o seu contentamento pela perseguição ao assassino,que é a causa dos males que afligem a cidade. Mas de seguida revela a sua inquietação pelas estranhas palavras que o adivinho dirigira a Edipo, mostrando dúvidas sobre a possibilidade do Homem interpretar sem erros as vontades divinas.O coro lembra que Edipo salvou Tebas da maldição da Esfinge.
No 2º episódio Edipo acusa Creonte, o seu cunhado, de ter conspirado contra ele e de ter combinado com o vidente as acusações que lhe foram dirigidas. Creonte tenta defender-se, pedindo ajuda aos deuses. Jocasta, mulher de Edipo, chega e defende Creonte, que é seu irmão, depois dele já ter saído, pondo em dúvida a capacidade dos videntes interpretarem correctamente a vontade dos deuses. Dá como exemplo uma anterior previsão de um adivinho que dissera que um dos seus filhos iria matar o próprio pai, ou seja o seu marido, algo que se revelara completamente falso, pois o filho de Laio e Jocasta tinha já morrido, depois de ter sido abandonado em bébé, e Laio fora morto por ladrões. Jocasta conta os pormenores da morte de Laio mas, ao ouvir isto, Edipo mostra-se chocado, já que ele próprio fugira de casa dos seus pais, Pólipo de Corinto e Mérope de Dórida porque uma profecia de um vidente afirmara que ele iria matar o seu pai e desposar a sua mãe. No caminho da fuga em direcção a Tebas, Edipo encontrara uma pequena caravana com 5 homens e depois de uma disputa com estes, Edipo acabara por matar 4, tendo um fugido.Tudo isto conta o rei a Jocasta, que o sossega dizendo que Laio tinha morrido às mãos, não de um, mas de uma quadrilha de salteadores. Mas aceita chamar a única testemunha do acontecimento, um servo de Laio.
Estásimo II
O coro volta a mostrar-se com duvidas sobre se Edipo é ou não o responsável pela situação
No Episódio III Chega um mensageiro trazendo a notícia da morte do pai de Edipo em Corinto.No entanto, ao informá-lo, também diz que os verdadeiros pais do rei de Tebas não são os de Corinto tal como este pensava. O mensageiro também refere as condições em que Edipo foi encontrado em bébé, indicando que fora um camponês de Tebas que o dera ao próprio mensageiro. Descobre-se também que este camponês e o servo que testemunhou o assassínio de Laio são a mesma pessoa. No final deste Episódio, Jocasta percebe que o filho que julgava morto, por ter sido abandonado em Citéron pouco depois do nascimento, é Edipo. Ao aperceber-se, fica extremamente perturbada e retira-se.
Estásimo III
O coro questiona-se sobre a identidade dos pais de Edipo
No Episódio IV o servo esperado chega ao palácio e após muita insistência acaba por dizer que os verdadeiros pais de Edipo eram Laio e Jocasta. Ele, servo, que tinha sido encarrege de eliminar Edipo em bébé, não o conseguira fazer e dera-o ao mensageiro.Tinha sido Pólipo de Corinto e Mérope que criaram a criança como sendo sua.
Estásimo IV
O coro lamenta a sorte de Edipo, pois ele fora o salvador de Tebas perante a Esfinge
Êxodo
O mensageiro conta-nos como Edipo vai encontrar a sua verdadeira mãe ( e esposa) Jocasta, que se enforcara. Perante tal situação, Edipo cega-se para se auto-punir e por considerar que nunca conseguiria ver os pais após a sua morte no Hádes. Edipo lamenta não ter morrido em bébé e pede a Creonte que o expulse, suplicando-lhe que cuide dos seus filhos, principalmente das suas filhas. Despede-se destas e pede que o levem para o sítio onde devia ter morrido, Citéron.
Comentário
Esta peça foi difícil de ler, pois tem um tipo de escrita bastante diferente da escrita actual o que torna difícil perceber o significado. Depois de se entrar na maneira de escrever, é possível perceber melhor o rítmo da construção das frases.
Também se percebe que a força dramática desta tragédia e da sua história se tenham tornado uma referência, que ao longo de mais de vinte séculos, atraiu e influenciou escritores, dramaturgos, poetas, filósofos, psiquiatras e psicólogos, músicos, pintores, em muitas das suas obras.
O papel dos videntes e do destino é mais forte nesta peça, do que provavelmente seria numa obra atual. Pois nesta peça foi impossível fugir ao destino, enquanto hoje em dia o destino pelo menos em parte, depende dalgumas das nossas escolhas.
Filipe Esteves 11ºD nº9
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