quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Impressões de Viagem - Pedro Tomé


  Uma viagem, visita de estudo para ser mais concreto, diz respeito a todo um culminar de experiências, perceções, aprendizagens, partilhas de emoções e ideias às quais não estamos habituados no que é a nossa vida na sua vertente mais réplica. Tudo isto no sentido em que se afasta dos costumes e repetições aos quais deixamos de atribuir valor porque acabam por ser isso mesmo, réplicas. E afinal, quem optaria por ficar com uma réplica em troca do original?
 Os animais talvez, porque ao contrário de nós vivem cada momento como se fosse o último, já aos racionais, os humanos são lhes atribuídas noções muito desenvolvidas de passado e futuro, o que nos faz dar valor à experiência e à expectativa, deixando de lado o quotidiano e o momentâneo, pois esse irá resultar dessas mesmas vivências passadas e esperanças para com o futuro.
 Gravámos imagens, decorámos frases, comprámos produtos, experimentámos novos aromas e sabores, mas com que fim?
  A minha resposta é a seguinte, com receio de não voltarmos a partilhar tais emoções, em tal lugar, com tais pessoas, em tal tempo. Por vezes temos medo do futuro, mas de certeza que ainda mais do passado, sentimos que estamos a perder tempo de vida e nem nos apercebemos que o que nos espera pode ser mais próspero. Quando somos crianças e mais tarde adolescentes só desejamos o futuro, mas quando lá chegamos só queremos o passado. Talvez haja um ponto de excelência, um momento de equilíbrio temporal que não ofusque a nossa mente para esse tipo de preocupações. No entanto, embora ainda não tenha passado por esse momento, pois ainda estou na ansiedade do que vem depois, não creio que exista, se existisse seria algo muito semelhante à vida animal.
 Uma visita de estudo como esta pode proporcionar contactos com pessoas com diferentes modos de vida, outras formas de pensar e de ver o mundo, de enfrentar os problemas e aproveitar os recursos, o que nos fortalece em vastas áreas. Seja na nossa filosofia de vida, na nossa noção de bom senso e capacidade de crítica ou até na nossa função na sociedade, seja ela como economista, político, médico etc…, porque para se estar integrado numa comunidade é necessário uma boa capacidade de compreender o que a faz “mexer”.

 Pedro Tomé Nº17 11ºD

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