Uma viagem, visita de estudo para ser mais
concreto, diz respeito a todo um culminar de experiências, perceções,
aprendizagens, partilhas de emoções e ideias às quais não estamos habituados no
que é a nossa vida na sua vertente mais réplica. Tudo isto no sentido em que se
afasta dos costumes e repetições aos quais deixamos de atribuir valor porque
acabam por ser isso mesmo, réplicas. E afinal, quem optaria por ficar com uma
réplica em troca do original?
Os animais talvez, porque ao contrário de nós
vivem cada momento como se fosse o último, já aos racionais, os humanos são
lhes atribuídas noções muito desenvolvidas de passado e futuro, o que nos faz
dar valor à experiência e à expectativa, deixando de lado o quotidiano e o momentâneo,
pois esse irá resultar dessas mesmas vivências passadas e esperanças para com o
futuro.
Gravámos imagens, decorámos frases, comprámos
produtos, experimentámos novos aromas e sabores, mas com que fim?
A minha resposta é a seguinte, com receio de
não voltarmos a partilhar tais emoções, em tal lugar, com tais pessoas, em tal
tempo. Por vezes temos medo do futuro, mas de certeza que ainda mais do
passado, sentimos que estamos a perder tempo de vida e nem nos apercebemos que
o que nos espera pode ser mais próspero. Quando somos crianças e mais tarde
adolescentes só desejamos o futuro, mas quando lá chegamos só queremos o
passado. Talvez haja um ponto de excelência, um momento de equilíbrio temporal
que não ofusque a nossa mente para esse tipo de preocupações. No entanto,
embora ainda não tenha passado por esse momento, pois ainda estou na ansiedade
do que vem depois, não creio que exista, se existisse seria algo muito semelhante
à vida animal.
Uma visita de estudo como esta pode
proporcionar contactos com pessoas com diferentes modos de vida, outras formas
de pensar e de ver o mundo, de enfrentar os problemas e aproveitar os recursos,
o que nos fortalece em vastas áreas. Seja na nossa filosofia de vida, na nossa
noção de bom senso e capacidade de crítica ou até na nossa função na sociedade,
seja ela como economista, político, médico etc…, porque para se estar integrado
numa comunidade é necessário uma boa capacidade de compreender o que a faz
“mexer”.
Pedro Tomé Nº17 11ºD
Sem comentários:
Enviar um comentário