quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Madame Bovary (Apresentação Oral) - Pedro Tomé

Madame Bovary de Gustave Flaubert é um romance, cuja ação é passada em França, no qual se descreve a vida e relação de duas personagens essenciais, Carlos Bovary, um médico com uma visão do mundo objetiva e definida, mas com falta de sensibilidade emocional e Ema Bovary, uma mulher que procura o lado sentimental, os prazeres e as virtudes da vida.
 São, portanto, pessoas totalmente opostas que estão unidas por diferentes objetivos de vida e que se afastam quando os seus pontos de vista entram em confronto. Madame Bovary sente repulsa de Carlos quando este se tenta aproximar, enchendo-a de inúmeras oferendas, não percebendo que o que Ema realmente deseja é algo que vai para além do concreto e palpável. Esta extrema dedicação por parte de Carlos de forma entediante e com falta de amor leva a que Ema procure outras formas encontrar o seu bem-estar emocional. É aqui que começa a surgir ideia de adultério e os amantes de Ema. Estes aparecem, com cada vez mais frequência e intensidade. Carlos de nada se apercebe porque está ofuscado da realidade, por causa do amor que sente por ela. Todos estes amantes que vão passando por Ema acabam por abandoná-la e deixando-a sozinha com o mundo.
 Estabelece-se aqui um ciclo cada vez mais letal para Madame Bovary, que começa na sua relação com Carlos. Primeiro, o amor de Carlos por Ema não é correspondido o que faz com que esta o rejeite, embora sejam noivos, e por causa disso esta refugia-se e apaixona-se por outros homens que a deixam mais tarde. É isto que leva Ema à morte, intencional, porque não é só um simples ciclo, é um ciclo com aditivos que vai aumentando de forma e agravando as suas consequências até ao dia da morte de Ema.
 Este romance foi escrito por um autor com um sentido de comportamento social muito apurado, o qual foi bastante criticado na época, pelas críticas que faz à moral e à religião, levando-o mesmo a julgamento. Este para se defender de todas as acusações usa a célebre frase “Madame Bovary sou eu”.
  No livro, aborda a religião como algo secundário e ilusório, associando o momento em que Ema está doente durante um longo período de tempo, com o momento que que se converte. Quere com isto transmitir a ideia de que o ser humano só recorre à religião quando sente que o futuro não está nas suas mãos. A verdade é que também não está nas mãos de Deus, mas sim nas mãos das probabilidades e do acaso.
 Como interpretação à frase “Madame Bovary sou eu “, um aspeto que se associa à relação entre ambos os sujeitos é que estes acabam a sua vida numa fase lastimosa, com um desgosto amoroso e sem dinheiro, mas que no entanto iniciaram a sua vida com elevadas expetativas com para com o futuro, embora Madame Bovary tenha ido para além de Carlos quanto ao seu pensamento.
 Este livro é uma pura lição de realismo. Madame Bovary, é uma amente dos sentimentos, o que a desvirtua da realidade. Mais tarde, por estar desfasada da realidade sofre as consequências, não analisa as repercussões dos seus atos e acaba da pior forma.
 Podem-se tirar daqui algumas conclusões. Por exemplo, que o estado amoroso, na medida em que nos tende a afastar da realidade, através de emoções de que somos alvos, quando levado ao extremo pode ser a nossa “morte”, pois deixamos de ter em conta as consequências da realidade, assim como no mundo virtual actual. Temos hoje vários exemplos de jovens adolescentes, que passam toda uma vida “agarrados” ao computador a jogar jogos de guerra e que um dia saem à rua e aniquilam crianças, umas atrás de outras, porque não sabem identificar a “parede” que separa a realidade do virtual.
Cada pessoa tem um lado emocional e um lado intelectual. O autor aproveita-se das personagens Ema e Carlos Bovary, para representar estas duas vertentes. São pessoas desequilibradas, cada um da sua forma. Qualquer pessoa que ponha de parte a emoção ou a intelectualidade vai ficar muito à margem da sociedade.

 Pedro Tomé Nº17 11ºD

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