Impressões de Viagem
Uma viagem é algo de
esplendoroso. Algo que se pode comparar a uma outra oportunidade de vida, mas
em versão de amostra. O que quero dizer com isto?
Viajar é uma possibilidade de descobrir,
explorar, conhecer, arriscar, gostar, odiar, pasmar… tal como a vida. Vida é
ser. Viajar é usar o ser. Assim quando digo que viajar é como uma amostra da
vida, quero designadamente referir que viajar é abrir o pano vermelho da nossa
existência à descoberta e à compreensão do que realmente nos rodeia.
É incrível a noção acrescida de
realidade que o simples facto de nos metermos num avião, num comboio ou num
carro para nos deslocarmos para uma distância que pode ser ínfima ou
gigantesca, nos pode ser conferida.
Recordo, neste momento uma altura
da minha vida há um ano atrás. Por esta altura, mais ou menos, realizei um
momento de avaliação, precisamente nesta disciplina, que me tocou de uma forma
significativa. “Chá e Madalenas, Marcel Proust” era o texto, cujo excerto
vigorava nesse teste sumativo. Todas as palavras de Marcel Proust ecoaram na
minha cabeça, como um sonho que se controla durante o sono. Tudo parece em
câmara lenta.
Voltando ao assunto, faço esta
menção a Proust, para relacionar as suas sensações ao degustar uma madalena com
a sua habitual chávena de chá, com as sensações vividas quando se viaja.
Esse prazer logo me tornara indiferente às vicissitudes da
vida, inofensivos seus desastres, ilusória sua brevidade, tal como o faz o
amor, enchendo-me de uma preciosa essência: ou, antes, essa essência não estava
em mim, era eu mesmo. Cessava de me sentir medíocre, contingente, mortal. De
onde me teria vindo aquela poderosa alegria?
Esta passagem demonstra a relação
que pretendo realizar. Viajar traz-nos uma preciosa essência, ou então, tal
como diz Marcel Proust essa essência pode não ter que nos ser trazida, mas
estar em nós à espera de ser revelada.
Afonso Ramos Bento Nº4 11ºD
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