É esta a
questão que me tem causado inúmeras insónias já há cerca de quatro meses, e
para a qual tenho desenvolvido várias teorias, embora algumas não concluídas,
por falta de argumentos e por isso mesmo vencidas pela maldita sonolência.
Como é fácil
imaginar, não encontrei muitas dificuldades na decisão do tema que devia
abordar, pois bastou-me “passar uma noite em branco”.
Neste
texto, escrevo sobre o problema, numa ótica nacional e numa perspectiva político-económica,
começando por apresentar o conceito geral de Estado-providência:
“Estado-providência,
é um tipo de organização política e económica que coloca o Estado como agente
da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta
orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social,
política e económica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em
níveis diferentes, de acordo com o país em questão. Cabe ao Estado do bem-estar
social garantir serviços públicos e proteção à população.”
É em
momentos de crise como este que temos a oportunidade de corrigir os defeitos
que existem nos sistemas, sejam eles judiciais, políticos, da saúde, económicos,
etc..., porque quando a ultrapassarmos e estivermos mais descansados, raramente
vamos reparar no que está mal, visto que funciona bem, e não temos deste modo a
oportunidade de evitar uma futura crise. É por essa mesma razão que penso que
esta não seja a altura ideal para evoluir, mas sim para corrigir.
Já há
algum tempo que andamos a praticar a “religião” que escolhemos de uma forma
menos acertada. Culpa da população (em parte) e dos dirigentes políticos. Penso
que andamos com as ideias trocadas sobre o que é o nosso sistema. Por um lado porque
os pregadores não têm praticado verdadeira doutrina, mas também porque os
ouvintes preferem ocupar o seu tempo a assistir a programas televisivos
bizarros que tendem a afastar os telespectadores da realidade, do que a estar
informados, e quando digo informados, não é simplesmente olhar para as notícias
e ver os telejornais, é saber o que está por dentro deles, envolvendo desta
forma uma obrigatoriedade de pesquisa no sentido se adquirir conhecimentos que
permitam entender o que antes só ouviam.
Deparamo-nos com o dilema: Que parte deste
Estado-providência é que a nossa sociedade, em geral, tem beneficiado?
Só vejo
uma resposta, a Sociedade-providência. Esta é sem dúvida a única razão pela
qual ainda ninguém se opôs seriamente ao nosso sistema e a razão pela qual não
nos afundámos. Quero com isto dizer que foi este Estado-providência que
originou que a comunidade portuguesa tomasse uma mentalidade de entreajuda, a
qual nos tem sustentado. Mas não seria mais fácil inserir na sociedade
simplesmente a mentalidade por outros meios e deixando de parte o socialismo? É
aqui que a meu ver, se insere uma nova forma governação. Uma junção do capitalismo
com uma diferente perspectiva do socialismo. Desta forma, damos as condições necessárias
para os mais necessitados se inserirem na sociedade e no mercado de trabalho em
vez de lhes depositarmos na sua conta x euros ao fim de cada mês. Tal como o
célebre provérbio chinês diz, “Não lhe dês o peixe, mas ensina-o a pescar”.
Nos
últimos anos, infelizmente, temos andado a distribuir demasiadas sardinhas, e
poucas canas de pesca/ formações de forma a que pudessem pescar caranguejos
reais.
Até
porque, esta forma de governação que defendo, vai ao encontro de todos os
interesses. Numa perspetiva socialista, deve-se transferir parte das
remunerações dos mais abastados para os mais necessitados, o que resulta numa
oposição por parte dos mais abastados visto que parte do seu trabalho vai para indivíduos,
que na sua maioria, preferem ficar sem trabalhar mas com algum dinheiro, do que
a trabalhar com o mesmo, ou por veze, até menos dinheiro. Isto é normal, são os
instintos dos seres humanos, são os nossos interesses pessoais. Logo, como é
óbvio não podemos defender um sistema que vá ao encontro do que de pior há
dentro de nós. Portanto, se em vez de, por exemplo, entregarmos um subsídio de
desemprego, dermos condições para se proceder à qualificação/ formação dos
desempregados, não só estamos a cortar nas despesas e a desenvolver a nossa
economia, como também favorecemos os dois lados, de onde sai o dinheiro, visto
que terá de pagar menos impostos como também os seus empregados estarão mais
qualificados, e as pessoas que beneficiam destas oportunidades ganham mais
auto-estima por verem que são úteis na sociedade.
Pedro Tomé Nº17 11ºD
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