quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Soneto


Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nace tardar-me tanto a morte,
Se ausente da alma estou que me dá vida?

Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano é viva morte;
Já que se foi Silvano, venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.

Ah! suspirando ausente, se esta morte
Não te obriga querer vir dar-me vida,
Como não ma vem dar a mesma morte?

Mas se na alma consiste a própria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que é por que sinta a morte de tal vida.

Sóror Violante do Céu

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