Os Lusíadas, Canto V (26.36) - Episódio de Fernão Veloso
Após um imediato desembarque, os tripulantes
dispersam-se, ansiosos de ver coisas novas numa terra que nunca tinha sido
descoberta. Vasco da Gama, fica na praia com os pilotos, afim de marcar,
tomando com a altura do sol, este ponto do mundo nas cartas geográficas.
Verificou-se que já estava ultrapassado o trópico de Capricórnio e se
encontravam entre este e o círculo polar antárctico região desconhecida ao
mundo. Vasco da Gama, rodeado dos seus companheiros, vê chegar um estranho, de
pele negra, que os portugueses capturaram, quando ele estava a colher mel nos
favos da montanha. O individuo vinha aterrorizado, como pessoa que nunca se
vira em tal situação. Não era perceptível o que ele dizia, bem como não, os
portugueses, entendia. Parecia mais selvagem que o bruto Polifemo. A ele lhe
mostraram ouro, prata e a quente especiaria, não tendo nada disso o
impressionado. Vasco da Gama manda-lhe mostrar coisas sem valor: contas
transparentes, guizos um barrete encarnado, agradando-lhe isso muito. Foi
mandado soltar, com todos esses objectos, regressando á sua próxima povoação.
No dia seguinte, os nativos vêm procurar peças iguais, mostrando-se já tão dóceis e familiarizados que Fernão Veloso se atreveu a ir ver como moravam,
penetrando com eles, pelo mato. Veloso, confiando na sua força, julga-se
seguro. Passado algum tempo, Vasco da Gama olhava ao longe a fim de avisar
algum sinal dele, quando de súbito, ele aparece correndo para o mar, velozmente O batel de Nicolau Coelho foi rapidamente recolhe-lo. Contudo,
antes de o poder fazer, um negro atirou-se sobre Fernão Veloso, afim de lhe
impedir o embarque. Outros se lançam sobre ele. Este aflito e sem ajuda, faz
com que Vasco da Gama reme com força, vendo simultaneamente um grande bando
negro. Ao mesmo tempo, segue-se uma nuvem de pedras e setas, ferindo Vasco da
Gama numa perna. Sendo o retorno uma devida resposta, acertando-lhes em vários
locais do corpo, avistando-se sangue. Recolhendo-se agora às naus, já com
Fernão a salvo, entenderam que daquele gente não necessitavam, encontrando-se
assim a si mesmos, ainda muito longe da Índia Já na nau, um companheiro de Veloso diz que aquele outeiro é mais fácil de descer do que subir, ao mesmo
tempo que sorriam todos. Fernão Veloso concorda, dizendo que se apressou por se
lembrar que os colegas na praia estavam sem ele. Fernão contava que, após um
certo momento, foi ameaçado de morte caso não voltasse para trás. Veloso,
fê-lo, não tentando uma teórica emboscada sobre os portugueses quando estes o
fossem buscar.
Tiago Oliveira, nº22, 11ºD
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