quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Será o direito ao voto universal suficiente para afirmarmos que vivemos em democracia?

 Como resposta à questão “Será o direito ao voto universal suficiente para afirmarmos que vivemos em democracia?” pretendo focar-me principalmente no nosso país, pois é a realidade mais próxima que conheço e aquela que considero que mais tem para oferecer a este assunto.

Já há muito que em Portugal não são os cidadãos a tomar as decisões mais importantes do país, nem mesmo os seus “representantes”. O facto de inserir aspas na palavra representantes deve-se ao facto de não considerar que o são, ou pelo menos que não exercem as suas funções corretamente, pois não considero que os políticos portugueses defendam os interesses da população e muito menos que representem o que ela é. Por um lado porque os meios dos cidadãos (os seus representantes) vieram de um mundo muito à margem da realidade, pelo que não entendem os reais problemas da sociedade e tão pouco as suas necessidades. Por isso quando têm de escolher uma solução que responda a um problema social/ económico olham apenas para números e para a melhor gestão dos seus recursos, tentando raramente enquadrar essa solução numa outra que seja menos agressiva para a população. Por outro lado, porque mesmo esses “representantes” não têm poder suficiente para tomar as decisões que precisam de ser tomadas. Estas estão na posse das grandes empresas, dos grupos económicos, dos capitais especulativos que exercem a sua influência por detrás do pano da política. Acho por isso que, não se deveria chamar democracia ao regime por que nos deixamos governar. Mesmo que sejamos nós, os cidadãos, a ter o direito ao voto, são as empresas que têm o direito às escolhas que são feitas no governo. Vivemos num novo regime que é dominado pelas empresas e não pelos indivíduos. Portugal é um país onde o governo não serve a população mas sim o mundo empresarial e mesmo dentro deste é seletivo pois, ainda para agravar o problema, só as grandes empresas têm influência, fazendo desta forma com que se forme um monopólio de decisões que só acabam por acentuar ainda mais as desigualdades sociais e a concentração da riqueza.

Pedro Tomé Nº19 12ºD

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