terça-feira, 9 de outubro de 2012

Será o voto universal suficiente para afirmarmos que vivemos em democracia?

Actualmente, Portugal detém um regime político democrático, bem como muitos outros países europeus, americanos e asiáticos, onde para chegar ao modo como somos governados hoje, foram necessários inúmeros impensáveis sacrifícios a todos os níveis, bem como, doses infinitas de coragem por parte de todo o povo, afim de melhorar a qualidade de vida de todos e de cada um.
Contudo, após alguns anos desde o fim dos estados ditatoriais em alguns países, questiona-se se a democracia não se classificará como somente aparente. Num ponto de partida, democracia é sinónimo de liberdade, opinião, escolha, decisão e orientação pessoal, onde o discurso, por mais fora do comum que seja, deverá ser nada mais do que respeitado. Hoje em dia, o povo que se encontra num estado democrático, questiona-se da sua veracidade e realidade.
No mundo em que me insiro, ainda jovem, facilmente detecto falhas de democracia, ou seja, momentos e locais onde rapidamente percebo que os pressupostos democráticos não estão de todo em cima da mesa. Na escola, por exemplo, o aluno, pelo menos de hoje em dia, encara-se que a verdade advém da autoridade, inteligência é a habilidade de decorar e repetir, e onde a memória rápida e a repetição são premiadas, o não concordar trás consigo um castigo e está somente imposta a obediência intelectual e social a todos os níveis. Daqui a cerca de um ano, estarei pela primeira vez numa mesa de voto, onde ao marcar um visto, escolho um grupo de indivíduos para me governar, onde os seus pressupostos de governo serão superiores aos dos seus restantes adversários. Sinceramente, a teoria é algo em que eu desde á muito deixei de acreditar  pois a prática uma diferente verdade me mostrou, a de que um político, seja ele qual for, não terá praticamente cérebro  coragem ou coração, bem como, reduzidos serão os seus valores éticos, ou até nulos.
Deste modo, os pressupostos democráticos passam a ser inexistentes ou pagos, pois o voto diferente será igual, a opinião julgada e castigada e a liberdade tornar-se-a vigiada. Daqui, extrai-se que o caminho de vida para um actual ser humano na melhor das hipóteses será trabalhar, comprar, consumir e morrer. A democracia inclui um estado, que acaba por se movimentar a favor próprio e dos seus interesses e, não dos do seu povo, que o escolheu para lutar por si. Estado esse que influencia e cega, através do que está presente na nossa vida, como por exemplo a televisão, onde esta nos faz ter medo, estar sozinhos, criar-nos insegurança, tornar-nos dependentes, indiferentes, mentalmente controlados e onde esta é o nosso principal terrorista.
No fundo, tudo se resume á ilusão da escolha, onde os que se irritam com aqueles que dizem a verdade, são aqueles que estão a viver a mentira. Sociedade onde quem pouco roube é quem está preso, e quem muito, continua liberto e ainda mais bem visto. Grande parte do povo, acaba por saber de todas as falácia presentes no sistema, mas nem assim fazer alguma coisa para a sua mudança, tornando-se esses e, nada mais do que verdadeiros escravos de um sistema que nos afoga e nos faz estar livres dentro de uma prisão. Já dizia Einstein que havia duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana, e que ainda estava em dúvida em relação ao universo. O sistema acaba por necessitar do voto de cada um para sobreviver, podendo ser a abstenção total, uma verdadeira manifestação. A culpa disto se manter assim é nossa, pois se queremos algo que nunca tivemos, temos de fazer algo que nunca fizemos.
O povo tem que entender que, se acabar a vida de um modo miserável, porque durante todo o seu decorrer foi sempre ouvindo a mãe, o pai, o professor, o padre  ou alguém na televisão a dizer-lhe como deveria fazer as coisas, então foi um fim merecido.
É triste aquele grupo que tomam a autoridade como verdade e não a verdade como autoridade, pois mais vale ser odiado pelo que sou do que amado pelo que não. Traduzindo-se a um jogo de xadrez, é possível concluir que o rei são as empresas, a rainha o estado, o bispo a igreja, o cavalo os militares, que acabam por defender o nosso pior inimigo  a torre a lei e o pião, nós. O homem trabalho, o estado rouba o que providenciou do trabalho do cidadão, não se esforçando por si mesmo e não seguindo as suas devidas arbitrárias funções, onde uma folha de “excel” significa gestão.
É possível provocar uma mudança, pois um sonho que seja individual é apenas um sonho, mas um sonho sonhado em conjunto, é uma realidade.

Tiago Oliveira, 12ºD, nº22

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